No projeto do Real Madrid para a temporada 2025, onde cada detalhe visa a perfeição, Xabi Alonso ainda busca uma peça-chave para consolidar a equipe. O time já demonstra uma identidade clara, com pressão alta, transição ofensiva promissora e boa solidariedade defensiva. No entanto, como em toda construção que almeja a excelência, um aspecto ainda precisa de aprimoramento. O técnico espanhol está focando seus esforços nas jogadas de bola parada.
Enquanto o clube avança em sua terceira fase de evolução, que visa integrar um Jude bellingham totalmente recuperado, as jogadas a partir de lances parados se tornaram o único terreno onde o Real Madrid não impõe o mesmo respeito. Com apenas um gol marcado em doze partidas nesta categoria, o time encontra dificuldades. Um exemplo foi o gol de empate contra o Mallorca, originado de um escanteio após cinco toques em uma jogada coletiva, finalizada por Arda Güler. O registro é surpreendente, considerando o elenco repleto de cobradores exímios de ambos os lados do campo, como Trent, Arda, Alaba e Rodrygo, além de finalizadores com bom potencial aéreo como Tchouaméni, Militao, Huijsen e Bellingham.
Especialistas em bolas paradas: novas estrelas do futebol
A comissão técnica do Real Madrid está ciente dessa carência e já trabalha em soluções. Para a temporada de verão, o clube contratou Jesús Rueda, analista de estratégia que se destacou no Leganés, onde contribuiu com 21% dos gols da equipe (12) provenientes de bolas paradas na campanha anterior. Rueda terá um papel fundamental na melhoria das rotinas ofensivas e defensivas, colaborando de perto com Tristán Celador e Óscar Michel no desenvolvimento de relatórios e na implementação de novas táticas.
Alonso sabe que os detalhes definem as partidas na elite do futebol. Seu esquema tático permite que jogadores como Tchouaméni ou Militao explorem seu poderio aéreo, mas o desempenho ainda não se reflete no placar. A intenção é clara: transformar a bola parada em uma ferramenta decisiva para solucionar confrontos equilibrados, especialmente contra adversários que adotam um bloco baixo e limitam os espaços em jogadas dinâmicas. Até o momento, a equipe tem alternado buscas pelo primeiro pau com saques curtos, na tentativa de desorganizar a defesa com movimentos dentro da área. Um exemplo ocorreu na partida da Champions League contra a Juventus, onde, apesar dos 13 escanteios a favor do Madrid, o time ensaiou novas estratégias: saques curtos, movimentos de arrasto e cruzamentos fora da zona de maior aglomeração, buscando o chute, além de bolas alçadas na área e bloqueios para os cabeceadores. Parte do novo plano de jogo de Xabi Alonso, que gerou boas chances, embora sem gols.
Este cenário contrasta com a passagem anterior de Alonso pelo Bayer Leverkusen, onde as ações de bola parada foram uma marca registrada da equipe que conquistou a Bundesliga. Nas duas temporadas completas na Alemanha, o Leverkusen marcou 34 gols em lances assim (cinco deles de falta direta). Grimaldo se destacou como especialista, com 19 gols em 53 partidas na temporada 23/24 (dois de falta) e 15 gols em 50 na 24/25 (três de falta). A diferença de eficácia é notável.
Fonte: Marca