O ex-jogador Wellington Martins, com passagens por Inter, São Paulo, Fluminense, Athletico e Vasco, está processando as empresas K2 Soccer e K2 Participações, cujos sócios incluem Ung Zoo Kim e Roberto Minuzzi, ex-jogador da seleção brasileira de vôlei. A ação judicial cobra uma dívida de R$ 3 milhões, decorrente de um investimento que não gerou o retorno financeiro esperado pelo atleta.
Investimento e Acordo Não Cumprido
Em 2018, Wellington investiu R$ 1,5 milhão nas empresas, com a expectativa de receber dividendos semestrais de R$ 270 mil e uma rentabilidade total de 108% sobre o valor investido ao final do contrato. No entanto, o acordo não foi honrado. Posteriormente, um novo acordo foi firmado para o pagamento da dívida, mas o cronograma de parcelas também foi descumprido. Com a adição de multas e juros, o valor cobrado agora ascende a R$ 3,2 milhões.
“Tenho uma ação que vem se arrastando. O Kim me apresentou o Roberto Minuzzi, do vôlei, que jogou na seleção. Criei a expectativa do investimento com eles. Coloquei na Justiça para poder receber o ativo que investi, que não foi cumprido durante o prazo determinado”, declarou Wellington.
Ele lamentou a situação, destacando o esforço para conquistar o dinheiro e a frustração de ser lesado. “Imagina que cada dinheiro desse que a gente ganha no Futebol, a gente perde aniversário de mãe, de pai, de filha, de esposa. E essas pessoas vêm, às vezes, para nos lesar, e, infelizmente, eu caí nessa. E agora espero recuperar de alguma forma esse ativo que é tão importante para mim e para minha família.”, completou.
Versão de Minuzzi e Situação da Empresa
Roberto Minuzzi reconheceu a dívida em contato com o ge, mas declarou que não pode divulgar valores devido a uma cláusula de confidencialidade contratual. Ele afirmou que já efetuou parte do pagamento e que a pandemia de COVID-19 causou Prejuízos econômicos que dificultaram o cumprimento dos acordos.
“O contrato diz que tem o direito e é justo. Em nenhum momento eu disse que não tem. Tem, é o direito e deve receber. Do meu lado, o direito de poder trabalhar para gerar receitas, fazer acordos e cumprir. Em nenhum momento houve falta de vontade, entendimento, desleixo ou ‘cara, isso a pandemia fechou e a culpa não é minha’”, explicou Minuzzi.
A K2, empresa em questão, encontra-se fechada e com um pedido de falência. Minuzzi e Kim buscam reverter a situação para equacionar as contas e negociar com os credores. O advogado de Minuzzi, Felipe Carvalho, esclareceu que houve uma decisão judicial que afastou a caracterização de fraude ou crime falimentar, apesar de existirem contratos pendentes.
“As questões são outras. Uma delas diz respeito à pandemia, quando os negócios pararam e eram vultosos. Quando entrou o pedido de quebra, falência, ele tranca toda e qualquer possibilidade de pagamento imediato, de acerto. O juízo falimentar centraliza tudo e não posso descumprir a regulamentação. Estamos recorrendo e realizando os recursos cabíveis”, disse o advogado.
Wellington não é o único atleta a buscar ressarcimento na Justiça. Outros jogadores de futebol e vôlei também moveram ações semelhantes em Santa Catarina e no Paraná.
Fonte: Globo Esporte