O confronto entre Villarreal e Barcelona, válido pela 17ª rodada da LaLiga, está cada vez mais próximo de se tornar o primeiro jogo oficial da competição espanhola a ser disputado fora do país. Após o aval da UEFA, resta a aprovação final da FIFA e da CONCACAF para que o duelo, agendado para 20 de dezembro, ocorra no Hard Rock Stadium, em Miami.
A iniciativa, impulsionada pela LaLiga e com o apoio da RFEF, recebeu uma permissão excepcional do organismo europeu. A UEFA, no entanto, deixou claro que sua aprovação foi dada com relutância e que se opõe à realização de partidas de ligas nacionais fora de seus países de origem.
Villarreal trabalha na logística do jogo histórico
Apesar das ressalvas, tudo indica que o duelo entre Villarreal e Barça cruzará o Atlântico, marcando um precedente inédito na história da LaLiga. Fernando Roig Negueroles, CEO do Villarreal, confirmou em entrevista que o clube já iniciou os preparativos logísticos para o deslocamento histórico.
“Nós não controlamos muito bem os tempos, mas a informação que temos é que por parte de UEFA está tudo feito e vamos jogar um partido fora da Espanha pela primeira vez na história. Hoje começamos a trabalhar nisso e a buscar as melhores soluções possíveis”, explicou Roig Negueroles.
Compromisso com os torcedores e ausência de lucro
O dirigente do Villarreal assegurou o compromisso do clube com seus torcedores. Aqueles que desejarem viajar para Miami terão suas despesas cobertas. Para os sócios que optarem por não comparecer, o clube propôs cobrir 20% do valor do plano de sócio, buscando ampliar este percentual para 25% ou mais.
Roig Negueroles fez questão de enfatizar que o Villarreal não terá nenhum benefício financeiro direto com a realização da partida. “Não recebemos absolutamente nada a cambio. Se fosse assim, seria injusto em relação aos outros clubes da LaLiga. O dinheiro gerado servirá para mitigar os inconvenientes dos nossos sócios”, declarou.
Críticas minimizadas e visão de crescimento
Diante das críticas e dúvidas sobre a possível adulteração da competição pela perda do mando de campo, Roig Negueroles minimizou a questão. “Acho que estão fazendo demagogia com este tema. Levamos 20 anos sem ganhar em casa para o Barça e, em contrapartida, vencemos nos dois últimos anos como visitante. Não acho que o fator campo seja tão importante assim em uma única partida”, argumentou.
O CEO defendeu a iniciativa como uma oportunidade de crescimento, especialmente para um clube de menor porte como o Villarreal. “Somos um clube de uma população pequena que tem que fazer coisas diferentes para sobreviver diante de outros maiores. Temos 16 ou 18 academias nos Estados Unidos que nos geram imagem e retorno. Para nós, é bom jogar lá, porque pode nos gerar um retorno. Se podemos crescer lá, que seja bem-vindo”, disse.
Reação de jogadores e visão pragmática
Roig Negueroles também comentou as críticas da AFE (Associação de Futebolistas Espanhóis) e de alguns capitães de clubes. Ele afirmou não ter lido o comunicado do sindicato, mas que a maioria dos capitães se manteve neutra. “Eu conversei com o meu capitão e ele me disse que a reunião não foi assim. E, sinceramente, quando as receitas aumentam, os salários também aumentam. Não acredito que haja um prejuízo para os jogadores”, ponderou.
Em suma, o dirigente defendeu o projeto com uma visão pragmática: “Entendemos qualquer opinião, mas acreditamos que os inconvenientes são menores que as vantagens e a possibilidade de crescer em um jogo tão importante como o dos Estados Unidos”.
Caso a FIFA conceda a aprovação final, o duelo entre Villarreal e Barça em Miami se consolidará como um marco, abrindo portas para futuras expansões internacionais do futebol espanhol.
A AFE iniciou uma nova consulta com todos os capitães e só se pronunciará após receber uma resposta global. Enquanto isso, não comentará as declarações de Roig Negueroles.
Fonte: AS España