Vikings: J.J. McCarthy e planos B em apuros no comando do ataque

Vikings enfrentam crise no quarterback com J.J. McCarthy lesionado e planos B em risco. Análise das decisões da diretoria e futuro incerto na NFL.
Carson Wentz, quarterback do Minnesota Vikings, em ação durante um jogo. Carson Wentz, quarterback do Minnesota Vikings, em ação durante um jogo.

A temporada de 2025 da nfl está se aproximando da metade, e o Minnesota Vikings pode estar prestes a usar seu terceiro Quarterback titular do ano. O técnico Kevin O’Connell confirmou que o calouro não draftado Max Brosmer é “uma opção” caso Carson Wentz não consiga se manter em campo como substituto de J.J. McCarthy.

O dilema da posição de quarterback

A situação atual contrasta com o planejado. Há um ano, nenhum dos três quarterbacks à disposição do time estava ativo: McCarthy se recuperava de uma Lesão no menisco que o tirou de toda a temporada de estreia; Wentz era reserva de Patrick Mahomes no Kansas City Chiefs; e Brosmer defendia os Golden Gophers. Agora, eles representam as últimas esperanças de Minnesota para uma campanha de playoffs, um ano após Sam Darnold liderar o time a 14 vitórias e quase garantir a Liderança da Conferência Nacional.

A temporada de 2025 ainda não acabou. Minnesota tem um retrospecto de 3 vitórias e 3 derrotas em seis jogos, o que não é um cenário fatal. Wentz demonstrou lampejos do seu potencial em passes longos, e McCarthy parece estar perto de retornar à plena saúde após uma entorse no tornozelo que sofreu em uma atuação de destaque na temporada. Brosmer também impressionou pela sua compostura no preseason.

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No entanto, os Vikings terão dificuldades para competir na forte NFC North. O Detroit Lions continua sendo uma força dominante. O Green Bay Packers também se mostra promissor, enquanto o Chicago Bears acumula quatro vitórias consecutivas, parecendo encontrar seu ritmo sob o comando do novo técnico Ben Johnson. Os Vikings, por outro lado, contam com uma defesa capaz, liderada por Brian Flores, e recebedores de elite como Justin Jefferson e Jordan Addison. Contudo, a instabilidade na posição de quarterback torna a busca por uma vaga nos playoffs uma tarefa cada vez mais desafiadora.

Análise das decisões da diretoria

A falta de preparo para essa contingência é notória. A temporada de 2025 era destinada a marcar o início da era J.J. McCarthy. Apesar de ter chegado à liga sem experiência real na NFL devido à lesão na temporada de calouro, McCarthy teve o respaldo constante da diretoria e do técnico Kevin O’Connell durante a offseason. Diversas alternativas foram preteridas:

  • O time optou por não entrar em uma guerra de lances por Sam Darnold, que, apesar de ter tido um desempenho instável no final de 2024, comandou um ataque explosivo por boa parte de sua primeira temporada em Minnesota. Essa decisão ecoou a recusa do clube em investir pesado em Kirk Cousins no ano anterior.
  • Simultaneamente, os Vikings também não competiram por Daniel Jones, ex-jogador do New York Giants que encerrou 2024 no practice squad de Minnesota. Jones agora se destaca com um contrato modesto no Indianapolis Colts, o que sugere que os Vikings o viam apenas como um plano B.
  • À medida que a offseason avançava, os Vikings deram sinais mistos sobre o interesse em Aaron Rodgers, ex-rival dos Packers. Embora sempre defendessem o potencial de McCarthy, deixaram uma porta aberta para o veterano. Rodgers, no final, assinou com o Pittsburgh Steelers, que não hesitaram em cortejar o ex-MVP.

Nenhuma dessas movimentações foi totalmente questionável em seu momento. Darnold, apesar de seus altos e baixos, era um jogador jovem e talentoso. Jones seria uma aposta mais barata, mas ainda assim uma aposta considerável após seu histórico de lesões com os Giants. Rodgers, com 41 anos e vindo de temporadas difíceis, representaria um investimento total em 2025, sacrificando o desenvolvimento de McCarthy.

Em vez disso, os Vikings seguiram um caminho semelhante ao que optaram após a saída de Kirk Cousins: recusaram alternativas mais comprovadas para apostar na infraestrutura e no potencial de McCarthy. Eles acreditavam que o ambiente seria o “lançador perfeito” para um jovem quarterback.

A confiança no projeto era alta, com os companheiros de equipe apontando para o suporte nos skill positions, a linha ofensiva reforçada com novos titulares como Ryan Kelly e Will Fries, a defesa inovadora de Brian Flores e a cultura de construção de time de O’Connell. O próprio McCarthy descreveu os Vikings como “empilhados” e demonstrou uma compostura de nível veterano aprendida em Michigan.

O impacto das lesões e a busca por estabilidade

Contudo, todo o plano dependia da consistência de McCarthy e, crucialmente, de sua permanência em campo. O jovem de 22 anos mostrou um lado imaturo em seus primeiros dois jogos como titular, lutando para encontrar ritmo. Antes mesmo de ser revelada a lesão no tornozelo sofrida na Semana 2, McCarthy já parecia em risco de ceder espaço para Wentz, que chegou tardiamente como o principal reserva.

As oscilações iniciais de um quarterback novato não seriam um problema se a intenção fosse um desenvolvimento gradual. No entanto, a estratégia dos Vikings de transitar de quarterbacks estabelecidos como Darnold e Cousins para um calouro sem experiência, enquanto esperavam competir na NFC, gerou dúvidas.

Carson Wentz se tornou o rosto do dilema atual dos Vikings, o que amplifica o erro estratégico. Independentemente de suas qualidades como quarterback, Wentz tem sido uma montanha-russa de desempenho. O ponto crucial é que ele se tornou o centro da decisão sobre apressar o retorno de McCarthy ou pivotar para Brosmer, apesar de ter chegado ao time apenas em 24 de agosto.

Alguns quarterbacks conseguem ajudar uma franquia a se manter competitiva rapidamente, como Joe Flacco com o Cincinnati Bengals. Contudo, os Bengals tinham Joe Burrow como plano A. Os Vikings tinham McCarthy, um total desconhecido. O time merece crédito por adicionar Wentz e dar a O’Connell uma opção real no banco, mas também levanta questões sobre a demora em adquirir esse seguro.

Houve um erro de cálculo sobre a estabilidade de Sam Howell, a escolha inicial para ser o reserva de McCarthy, adquirido do Washington Commanders durante o draft? Demorou todo o verão para perceber que essa aposta havia falhado? E por que esperar até o final de abril para fazer essa aposta? A indefinição entre Adofo-Mensah e O’Connell sobre uma investida de última hora em Rodgers, que só assinou com os Steelers em junho, pode ter contribuído.

É difícil prever o restante da temporada, mas um acordo de um ano com Rodgers não parece mais uma ideia tão ruim. Dada a infraestrutura do time, imagine onde Aaron Rodgers poderia ter levado os Vikings neste momento, e quanto McCarthy poderia ter aprendido ao observá-lo. A escolha de deixar J.J. McCarthy ser o único titular indiscutível pode ter comprometido as chances de playoffs.

Apostas são apostas, e mesmo que pareçam sensatas no momento, podem não dar o resultado esperado. É exatamente isso que Minnesota está sentindo. Agora, os Vikings esperam que alguém surja para consertar a situação, tanto para o resto de 2025 quanto para o futuro.

Cody Benjamin, autor do artigo original.
Cody Benjamin, autor do artigo original.
Carson Wentz em ação pelo Minnesota Vikings.
Carson Wentz em ação pelo Minnesota Vikings.
Estádio do Minnesota Vikings durante uma partida.
Estádio do Minnesota Vikings durante uma partida.

Fonte: CBS Sports

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