Valencia: Promessas da base imberbes lutam por espaço no time principal

O Valencia tem apostado em sua Base como um pilar fundamental para a sustentabilidade do clube. A ideia, segundo o CEO Ron Gourlay, é que as categorias de base não apenas formem jogadores para o time principal, mas também se tornem uma fonte de receita através de transferências. Essa filosofia não é nova para o clube, que historicamente revelou talentos como Isco, David Silva e Jordi Alba, e mais recentemente viu Ferran Torres, Carlos Soler e Hugo Guillamón ascenderem.

A Base como Fonte de Receita e Sustento

Na sua primeira janela de transferências como CEO de Futebol, Gourlay demonstrou suas prioridades com as vendas de Cristhian Mosquera e Yarek Gasiorowski, ambos vistos como promessas de longo prazo. Simultaneamente, o clube buscou assegurar o futuro de talentos como Diego López, César Tárrega, Javi Guerra e Martín Vázquez, renovando seus contratos. No entanto, a necessidade do clube em gerar receita acabou por acelerar a saída de jovens como Mosquera e Yarek, que mal tiveram tempo de ser aproveitados no time principal.

A formação de jogadores no Valencia segue um processo que exige tempo e contexto adequado. A chamada “Quinta del Pipo” é um exemplo de uma geração que surgiu em um momento crítico, e destes, apenas César Tárrega se firmou. O Empréstimo para outros clubes, como o caso de Iker Córdoba e Pablo López no Mirandés, é visto como crucial para o desenvolvimento de jovens promessas, preparando-os para um futuro retorno ao time principal. Outros nomes como Martín Tejón, Ro Abajas e Warren Madrigal, que tiveram oportunidades, hoje têm vínculos mais limitados com o clube.

Promessas Imberbes e o Futuro da Geração 2006

Atualmente, o Valencia conta com uma base promissora, mas ainda inexperiente. Títulos recentes nas categorias cadete e juvenil, como a conquista da liga por estas equipes, demonstram o potencial dos jovens nascidos entre 2006 e 2008. A equipe sub-19, vice-campeã da Copa de Campeões após superar Real Madrid e Barcelona, é vista com grande expectativa. Contudo, esses jovens talentos ainda precisam de tempo e de um ambiente esportivo mais estável para que possam dar o salto para o time profissional.

Sob o comando de Miguel Ángel Angulo, o time B conta com uma forte representação de jogadores da equipe sub-19. No entanto, o técnico do time principal, Rubén Baraja, tem dado poucas oportunidades a jovens da base em jogos oficiais. Nos 32 jogos sob seu comando, apenas três canteranos – Martín Tejón, Pablo López e Rubén Iranzo – tiveram minutos, todos em uma única partida da Copa do Rei contra o Ourense. Tejón foi vendido ao Marítimo, Pablo López foi emprestado ao Mirandés, e Iranzo permaneceu devido à incerteza sobre a condição física de Thierry Rendall.

Promessas da base do Valencia em treinamento — Jovens talentos da base do Valencia buscam espaço no time principal.

A Paciência de Angulo e as Oportunidades na Pré-temporada

Durante a pré-temporada, Baraja integrou diversos jovens da base, muitos ainda em idade juvenil, em treinos e amistosos. Nomes como Andrés Caro, Aimar Blázquez, Alejandro Panach, Alexander Gurendal, David Otorbi, Pablo López, Lucas Núñez e Rubén Iranzo participaram de diferentes fases da preparação. A presença de canteranos nas convocações para jogos da Liga, como David Otorbi (cinco vezes), Rubén Iranzo (quatro vezes) e Aimar Blázquez (três vezes), indica a intenção de observá-los de perto. Contudo, poucos conseguiram efetivamente entrar em campo. Em algumas partidas, nenhum jovem foi convocado, e em outras, apenas um deles esteve presente no banco de reservas.

A diretoria do Valencia deposita grande esperança em sua academia, entendendo que o desenvolvimento e a ascensão de novos talentos são cruciais para o futuro esportivo e financeiro do clube. A missão agora é encontrar o equilíbrio entre formar jogadores de alto nível, gerar receita com suas vendas e, ao mesmo tempo, fortalecer o time principal com essas mesmas promessas.