Um clima de descontentamento paira sobre o Tranmere Rovers. Com sete jogos sem Vitória na League Two e ocupando a 19ª posição, o clube enfrenta dificuldades em campo enquanto negociações de investimento seguem estagnadas. O técnico Andy Crosby, em carta aos torcedores, apelou por união em um momento crucial.






Disputa com o Supporters’ Trust
A situação é agravada por uma disputa legal entre o clube, de propriedade de Mark e Nicola Palios, e o supporters’ trust. O conflito gira em torno de um projeto de fã-park, uma iniciativa conjunta que visava criar um espaço de convivência e negócios. A estrutura, que deveria ser um ponto de encontro para torcedores, encontra-se inacabada e paralisada, gerando um prejuízo financeiro e desgastando a relação com a Base de fãs.

O trust, que operava um site popular para o clube, investiu na ideia de um fã-park, arrecadando £632.695 de fãs para um empreendimento com a Kraft brewery. No entanto, o relacionamento azedou, e o trust agora enfrenta faturas do clube por perda de receita de estacionamento e custos legais. Pagar essas contas levaria o trust à falência, levantando preocupações sobre o futuro da relação.
Venda do Clube e Desempenho em Campo
É Público que o Tranmere Rovers está à venda. Mark Palios busca investidores externos há algum tempo, mas sem sucesso concreto. Apesar dos esforços em manter o clube ativo em um setor deficitário, os últimos resultados financeiros apontam para um prejuízo de £1,5 milhão. A busca por um comprador reflete o desejo de Palios, ex-CEO da FA, de ter uma vida mais tranquila aos 72 anos.
Em campo, o time não tem oferecido alívio. A vitória por 4 a 0 sobre o Shrewsbury no início da temporada parece distante, com a queda no público presente nos jogos seguintes. Lesões têm sido um fator preocupante, com o goleiro Joe Murphy, de 44 anos, sendo titular. Jogadores como Charlie Whitaker mostram lampejos de qualidade, mas erros defensivos cruciais resultaram em gols sofridos na última partida.

Comunidade e Incertezas
O Tranmere Rovers se posiciona como um clube comunitário, com iniciativas como a leitura da Escalação por um jovem torcedor e atividades para a base. A lealdade da torcida é um pilar essencial para a sobrevivência do clube. Apesar da frustração evidente nas redes sociais e nas saídas antecipadas de parte dos torcedores, não houve clamor por mudanças imediatas na comissão técnica ou diretoria. O sentimento geral é de aceitação da situação atual, com esperança de tempos melhores.
A atmosfera em Prenton Park é de apreensão. As memórias de tempos áureos residem em murais e em jogadores experientes como Murphy. A estrutura inacabada do fã-park e o espaço improvisado do trust refletem o dilema do clube: preso entre um passado glorioso e um futuro incerto, aguardando o momento de transição para uma nova era, mas ainda sem a união necessária para alcançá-la.
Fonte: The Guardian