John Textor, proprietário do Botafogo, abordou as críticas sobre sua atenção voltada ao Lyon, clube francês que também administra. Ele defendeu a colaboração entre as equipes, afirmando que ela beneficiou o clube carioca ao identificar jogadores com potencial de sucesso na Europa, citando nomes como Almada, Luiz Henrique e Igor Jesus como exemplos de atletas que chegaram ao Botafogo com a possibilidade de uma futura transferência para a Europa.
“Quando estou sentado com esse troféu (aponta para a Libertadores), não posso estar arrependido”, declarou Textor, ressaltando o valor das conquistas recentes para o Botafogo.
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Relação com o Lyon e transferências
Textor, que adquiriu o Lyon em dezembro de 2022, intensificou a troca de informações entre os departamentos de futebol do clube francês e do Botafogo. Essa colaboração facilitou a saída de jogadores como Lucas Perri, Adryelson e Almada do Rio de Janeiro para a França. No entanto, a situação mudou em abril deste ano, quando Textor deixou de ter participação ativa nas decisões do Lyon, que enfrentou sérias dificuldades financeiras e correu risco de rebaixamento.
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A relação entre os clubes se deteriorou, com rompimentos e cobranças formais. Em julho, o CEO do Botafogo, Thairo Arruda, enviou uma carta ao Lyon, alegando que a venda de Jair, Luiz Henrique, Savarino e Igor Jesus ocorreu em “condições desfavoráveis” para auxiliar o clube francês a fechar suas contas. Textor confirmou a versão de Arruda e afirmou que o Botafogo é credor do Lyon.
“O fato é que o Lyon deve muito dinheiro ao Botafogo, mas o que não é falado é que o Botafogo também deve dinheiro a eles. Eu diria que, grosso modo, Eagle Bidco e Lyon devem algo perto de US$ 160 milhões (R$ 853 milhões) ao Botafogo. E o Botafogo, em valor líquido, deve algo perto de US$ 92 milhões (R$ 492 milhões) para eles”, explicou Textor.
Textor em Palmeiras x Botafogo — Foto: JUAN MABROMATA / AFP
Desafios do Botafogo em 2025
O Botafogo não repetiu o sucesso de 2024, ano em que conquistou o Brasileirão e a Libertadores. Atualmente, o elenco passou por uma significativa reformulação, com apenas quatro jogadores da equipe titular do ano anterior remanescentes no clube. Sem chances de título nesta temporada, Textor reconhece o sentimento negativo em relação a 2025.
“Começamos o ano muito mal. Tivemos um treinador (Renato Paiva) com um ótimo sistema de jogo, mas acho que ele o abandonou. Estamos em quarto lugar (no Brasileirão). Estou feliz? Eu disse que seria um fracasso se não vencêssemos nada, então é um fracasso. É difícil remotivar o elenco”, admitiu o empresário. Ele comparou a situação com o Fluminense, onde, após um título grande, jogadores buscaram novas oportunidades.
Textor também comentou sobre a dificuldade em contratar um novo treinador após a saída de Artur Jorge para o Al-Rayyan, do Catar. Renato Paiva foi anunciado 55 dias depois. “Cinco, seis pessoas me recusaram. Talvez eu não tenha sido tão convincente, não foi planejamento”, confessou, defendendo-se das críticas sobre o planejamento do clube.
Artur Jorge comemora título do Botafogo na Libertadores ao lado de John Textor — Foto: Antonio Lacerda/EFE
Além de Artur Jorge, outros jogadores importantes deixaram o clube, incluindo John, Gregore, Almada, Luiz Henrique, Igor Jesus, Adryelson, Júnior Santos, Tchê Tchê e Danilo Barbosa, evidenciando a grande mudança no elenco.
Fonte: Globo Esporte