A Inglaterra garantiu sua vaga para a próxima Eurocopa de forma tranquila, vencendo a Letônia por 3 a 0 em Riga. Harry Kane marcou o último Gol da partida no Estádio Daugava, em um dia chuvoso e frio.






A classificação para grandes torneios costumava ser uma jornada árdua e repleta de momentos dramáticos na história do Futebol Inglês. Recordam-se de lances icônicos como o gol de falta de David Beckham contra a Grécia em 2001, a resiliência de Paul Ince em Roma em 1997, e até mesmo momentos de frustração como o guarda-chuva de Steve McClaren em Wembley em 2007 ou a agonia de Graham Taylor em Roterdã em 1993. A história também guarda surpresas, como as heroicas atuações de Jan Tomaszewski contra a Inglaterra de Sir Alf Ramsey em 1973.
Qualificação sem percalços no Grupo K
No entanto, a partida contra a Letônia não apresentou qualquer desafio. A Vitória da Inglaterra sobre a Letônia, 137ª colocada no ranking mundial, foi amplamente esperada e confirmou a superioridade do time comandado por Thomas Tuchel. Desde o início do Grupo K, a equipe mostrou consistência, com resultados como 2 a 0, 3 a 0, 1 a 0, 2 a 0, 5 a 0 e novamente 5 a 0, evidenciando a fragilidade dos adversários.
Ainda que a Vitória tenha sido recebida com pouca euforia, os torcedores ingleses que viajaram até Riga não demonstraram descontentamento com o desempenho em campo. A falta de uma oposição forte contribuiu para um clima mais reservado no estádio.
Contudo, o técnico Thomas Tuchel, conhecido por suas declarações francas, não viu motivos para críticas sobre o nível de apoio da torcida. Mesmo com alguns cânticos críticos vindos da arquibancada durante o primeiro tempo, ecoando as observações de Tuchel sobre a atmosfera sonolenta em um amistoso anterior contra o País de Gales, a equipe apresentou um futebol eficiente e controlado.
Destaques individuais e o desafio de Tuchel
A atuação de Anthony Gordon foi um dos pontos altos, abrindo o placar aos 26 minutos com um chute preciso após cortar para o meio vindo da esquerda. A organização tática e o equilíbrio da equipe foram notáveis, com Elliot Anderson se destacando na base do meio-campo. Harry Kane, como sempre, manteve seu alto padrão de gols. John Stones, peça fundamental na zaga, realizou mais uma exibição sólida.

Gordon mostrou sua força no um contra um, superando Raivis Jurkovskis. Sua velocidade e capacidade de correr nas costas da defesa complementam a habilidade de Kane em recuar e criar jogadas. “Esta é a sua maior força – ir direto”, comentou Tuchel sobre Gordon. “Ele faz corridas de alta intensidade, o que é muito bom. Estamos jogando com pressão alta e ele é importante na recuperação da bola. Mais uma boa atuação.”
A competição no ataque é acirrada. Eberechi Eze contribuiu com um gol ao entrar no segundo tempo, enquanto Morgan Rogers tem se firmado como um meio-campista de pressão, e a lesão de Noni Madueke abriu espaço para o retorno de Bukayo Saka. Contudo, os verdadeiros desafios para Tuchel ainda estão por vir. Os jogos contra Sérvia e Albânia, em novembro, serão os últimos confrontos oficiais antes da Euro.
O caminho para a Euro: testes de fogo se aproximam
A preparação para a Eurocopa reserva amistosos em março contra Japão e Uruguai. No entanto, esses jogos podem não ser suficientes para testar a capacidade da Inglaterra em enfrentar potências como Espanha ou França em fases eliminatórias. A falta de jogos competitivos de alto nível antes do torneio é a principal preocupação do treinador.
Questões importantes ainda precisam ser resolvidas. O futuro de Jude Bellingham na seleção, o retorno de outros talentos como Phil Foden e Cole Palmer, e a adaptação de jovens como Adam Wharton são pontos cruciais. A definição do elenco e a forma como a equipe lidará com a pressão em confrontos decisivos serão determinantes para o sucesso na Eurocopa.

A definição de quem terá um papel de destaque, como Jude Bellingham, e como outros jogadores importantes se encaixarão no esquema tático de Tuchel, definirá o patamar da Inglaterra na competição. A busca por esses testes de fogo e a consolidação da equipe continuam sendo o foco principal para a comissão técnica.
Fonte: The Guardian