A criação de um Fundo de Investimento em Participações (FIP) para o CT de Cotia se tornou um novo ponto de discórdia entre os principais grupos políticos do São Paulo, liderados pelo presidente Julio Casares e o diretor de futebol Carlos Belmonte.
Divergências sobre o Fundo da Base
Enquanto Julio Casares e o grupo Participação apoiam a iniciativa de captar R$ 250 milhões para as categorias de base, Carlos Belmonte e o grupo Legião manifestam resistência à ideia. A definição sobre como cada grupo votará ainda não está clara.
Conselheiros do Tricolor estão recebendo e analisando documentos sobre o fundo antes de uma possível votação. Grupos que compõem o Conselho Deliberativo se reúnem periodicamente para debater a proposta e definir suas posições.
Nas últimas semanas, Julio Casares buscou convencer conselheiros da importância do projeto para Cotia. No entanto, aliados de Carlos Belmonte, incluindo o próprio diretor de futebol, permanecem céticos.
Disputa Política Interna
A divergência em torno do fundo de Cotia reflete a crescente tensão política entre Julio Casares e Carlos Belmonte, que parecem seguir caminhos opostos em antecipação à eleição presidencial de 2026.
Embora exista um acordo formal para adiar a definição do candidato da situação, Casares e Belmonte lideram grupos que se preparam para serem adversários. A escolha do sucessor de Casares é um dos principais pontos de discordância.
O nome do CEO do São Paulo, Marcio Carlomagno, é especulado como possível apoiado por Julio Casares em 2026, mas alguns grupos o consideram inexperiente para o cargo.
Outras correntes dentro da situação defendem a ampliação das opções de candidatos para 2026, com perfis mais políticos e sem uma definição imediata, discordando da indicação de Carlomagno. Nomes como Adilson Alves Martins, Vinicius Pinotti, Marcelo Pupo, Olten Ayres e o próprio Carlos Belmonte são mencionados como alternativas, mas não teriam o apoio de Casares no momento.
A definição sobre a sucessão presidencial deve ocorrer a partir de março, quando a coalizão voltará a se reunir.
O Fundo de Cotia
Em parceria com a Galapagos, gestora responsável pelo Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) do clube, a diretoria do São Paulo propõe a criação de um Fundo de Investimento em Participações (FIP). O objetivo é captar pelo menos R$ 250 milhões, com potencial de atingir R$ 350 milhões caso metas estabelecidas sejam cumpridas.
Se aprovado pelo Conselho Deliberativo, o valor arrecadado corresponderá à compra de 30% das ações do fundo pela Galapagos, com o Tricolor mantendo os 70% restantes. As ações poderão ser adquiridas por pessoas comuns no futuro.
O São Paulo designará um diretor de vendas e um head scout focados na base, conforme o plano de governança do fundo.
Para se tornar realidade, o fundo precisa ser aprovado pelo Conselho Deliberativo, após aprovação do Conselho de Administração. Uma data para a votação ainda não foi definida.
Fonte: Globo Esporte