O capitão do Real Oviedo, Santi Cazorla, instou os torcedores a desfrutarem do retorno do time à Primeira Divisão espanhola. O acesso, conquistado em 21 de junho, foi a realização de um sonho de infância para o experiente jogador, que compartilhou seus sentimentos em uma entrevista recente.
“Foram muitos anos de esforço, sofrimento e trabalho de todo o clube e da torcida, que nunca deixou de acreditar. Pessoalmente, sinto muito orgulho, pois sei bem o que significa para a cidade e para todos os oviedistas estar na Primeira Divisão. É um prêmio à paciência, ao compromisso e a esse sentimento que sempre nos manteve unidos. E para mim, poder estar aqui neste momento, depois da minha carreira e de tantas experiências, é um presente que aproveito todos os dias com muita gratidão”, declarou o jogador.
Objetivos do Real Oviedo: realistas e ambiciosos
Cazorla acredita que o Oviedo deve manter os pés no chão, mas com ambição. “Os objetivos do Real Oviedo para esta temporada têm de ser realistas, mas ambiciosos. Em primeiro lugar, manter a categoria é a base. A partir daí, aspiramos a crescer, competir e nos consolidar na Primeira Divisão”, argumentou. 
Ele acrescentou que o início do campeonato tem sido difícil. “Não começamos como gostaríamos, mas há bons indícios. Há compromisso, trabalho, momentos de bom Futebol e a ilusão intacta. O mais importante é não perder a humildade nem a constância. Que o time vá se consolidando aos poucos e ganhe confiança”.
O jogador também comentou sobre o nível de outros atletas: “Ele [referindo-se a um jovem promissor] tem condições espetaculares e ainda tem margem para melhorar em muitos aspectos do jogo. Espero poder ajudá-lo a ser um jogador melhor no futuro”.
Projeto azul e a mentalidade competitiva
O acionista majoritário do Oviedo, Jesús Martínez, transmitiu uma mensagem ambiciosa recentemente, e Cazorla aplaude essa mentalidade, mas com uma dose de realidade.
“Eu acho que o Real Oviedo tem todos os ingredientes para se consolidar na LaLiga a longo prazo. Evidentemente não é fácil, porque a Primeira Divisão exige muito no aspecto esportivo e também institucional, mas este clube tem uma base muito sólida: uma torcida impressionante que está sempre presente, uma cidade engajada e um projeto que está sendo construído com sensatez. O objetivo imediato é se firmar, dar passos firmes e crescer a cada temporada. Não podemos pensar em nos comparar já com os grandes, porque isso requer tempo, estabilidade e muito trabalho, mas sim em competir a cada fim de semana e mostrar que o Oviedo voltou para ficar”, defendeu Santi.
“O time mostrou personalidade contra os grandes: não se trata apenas de resistir, mas de competir, de tentar machucá-los quando temos a oportunidade e de não renunciar ao nosso estilo. Logicamente há momentos em que é preciso sofrer, porque eles levam você ao limite, mas também demonstramos que podemos fazer frente, correr, brigar por cada bola e deixá-los desconfortáveis. Esse tipo de confronto serve de aprendizado e de referência: ver em que nível estamos, o que precisamos melhorar e, acima de tudo, reforçar a confiança de que podemos olhar qualquer um nos olhos. No final, são jogos que marcam o crescimento de uma equipe”.
Elogios a Pedri e outros talentos
Após a partida contra o Barcelona, Cazorla teve uma conversa com Pedri. O meio-campista espanhol revelou o conteúdo do diálogo: “Com Pedri falei de futebol e disse a ele que era o melhor meio-campista do momento e que ele tinha que continuar nos fazendo desfrutar por muito tempo. Ele é um fenômeno como pessoa também”.
Cazorla também comentou sobre Lamine Yamal: “As comparações com Messi e Cristiano não são boas para ninguém. Lamine tem que escrever sua própria história e deixá-lo tranquilo, considerando a juventude que ele tem”.
Além disso, elogiou Mikel Arteta e Xabi Alonso. Sobre Arteta, disse ser “um dos melhores treinadores do mundo, seria um prazer trabalhar ao seu lado”. Já sobre Xabi Alonso, afirmou que “tinha potencial para ser um grande treinador e me alegro muito por ele, já que é uma grande pessoa”.
Fonte: AS España
