A crise no San Lorenzo, um dos maiores clubes da Argentina, se aprofundou drasticamente. O clube corre o risco iminente de falência e está impossibilitado de assinar novos contratos, conforme noticiado pelo jornal “Clarín”. A situação é crítica, pois o clube precisa acertar uma dívida considerável para evitar um desfecho desastroso.
Crise Administrativa e Judicial
Funcionários essenciais da secretaria e tesouraria do San Lorenzo renunciaram, o que paralisa as operações e impede a assinatura de novos acordos. Embora o presidente Marcelo Moretti tenha sido reconduzido ao cargo por decisão judicial, a ausência de um secretário com a rubrica necessária inviabiliza a formalização de contratos. O clube tem um prazo curto para levantar 4,7 milhões de dólares (aproximadamente R$ 28 milhões) para evitar a falência.
Escândalos e Rejeição Popular
Marcelo Moretti, presidente do San Lorenzo, esteve no centro de recentes escândalos, incluindo o vazamento de imagens onde ele recebe dinheiro sem a devida contabilização. Essa situação levou à sua renúncia em abril e posterior retorno após decisão judicial. No entanto, a Torcida reagiu com veemência, expulsando Moretti da sede do clube em meio a protestos e arremesso de objetos. A oposição interna, representada por Ulises Morales, sugere novas eleições após a formação de um governo de transição.
Desempenho Esportivo Comprometido
No campo, o ano de 2025 tem sido desafiador para o San Lorenzo. O clube ficou fora de competições continentais, impactando negativamente suas finanças. No cenário nacional, a equipe foi eliminada nas semifinais do Apertura pelo Platense e nas oitavas de final da Copa Argentina pelo Tigre. Atualmente, o time ocupa a sexta posição no Grupo B do Clausura, com 16 pontos, buscando a classificação para o mata-mata. O próximo desafio é contra o Atlético Tucumán, fora de casa.
Origem da Dívida
A raiz da dívida remonta a 2020, quando o San Lorenzo vendeu o atacante Adolfo Gaich para o CSKA Moscou. Diante de dificuldades financeiras, o clube antecipou o recebimento da transferência. Na época, o presidente Marcelo Tinelli contraiu empréstimos: um de 1,5 milhão de dólares em julho de 2020 e outro de 2,5 milhões de dólares quatro meses depois. Os pagamentos deveriam ocorrer em parcelas semestrais até o fim de 2022, mas nenhum dos empréstimos foi quitado. Em 2021, o clube reconheceu uma dívida de 4 milhões de dólares com a AIS Investment Fund, e apesar de acordos e planos de pagamento, o débito persistiu. O valor atual, acrescido de juros e correções, totaliza 4,7 milhões de dólares, com prazo final de pagamento determinado pela justiça para 19 de outubro.
Fonte: Globo Esporte