Platini na Juventus: A noite em que Butragueño marcou e um jornal foi levado

Relembre a noite de Platini na Juventus contra o Real Madrid, o gol de Butragueño e a curiosa história do jornal ‘Tuttosport’.
Platini na Juventus — foto ilustrativa Platini na Juventus — foto ilustrativa

Na Juventus, a ‘Vecchia Signora’, jogava Platini, um daqueles raros jogadores capazes de carregar a bola e parar o jogo. Platini era o camisa 10, o oráculo da equipe, o capitão dos gestos, não sendo o treinador, o árbitro e o comitê de Competição ao mesmo tempo para não acaparar funções.

Naquela época, nos agitados anos 80, quando o Real Madrid, ainda embalado pela lembrança da sexta Copa da Europa, apostava nos encantos da Quinta del Buitre para reabrir a sala de troféus. Para Platini, Leo Beenhakker, o técnico madridista, havia preparado um presente especial: Chendo o perseguiria até o vestiário.

O primeiro golpe, a vida é cheia deles, chegou quando o Bernabéu viu que a Juventus, pela coincidência das cores, deixaria seu uniforme preto e branco – a ‘bianconera’ – no armário para vestir amarelo e azul, algo como a Las Palmas de Turim ou a seleção sueca.

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O gol de Butragueño

Em um anfiteatro qualquer do Bernabéu, sem fazer muito barulho, identificava-se rapidamente alguns torcedores italianos. Era fácil, usavam lapelas de catálogo Armani, seus sapatos pareciam recém-comprados e em seus assentos, algo definitivo, folheavam o ‘Tuttosport’, o jornal esportivo de Turim. Se o diário fosse aberto completamente, poderia abrigar meia arquibancada. Aquelas páginas tamanho XXXL continham muitas letras, algumas de tamanho similar a Fernando Esteso.

Chendo foi obediente e se tornou o adesivo de Platini, tanto que na Súmula deveria haver a inscrição de PlatiniChendo. Na Juve, além de Napoleão, atuava como zagueiro Brio, um rapaz com uma envergadura peitoral parecida com a do Super-Homem I, II e III. Nessa rebelião noturna, Chendo entrou na área e entregou a Butragueño o único Gol da partida.

O placar de 1-0 final deixava um segundo jogo pronto para heróis. Por evolução natural da espécie, Platini terminou como presidente da UEFA e Chendo segue na lateral, agora como delegado de campo. Aqueles torcedores italianos, elegantes até na retirada, deixaram o ‘Tuttosport’, lido e amassado, em seu assento. Era o momento ideal para levá-lo para casa. Era preciso se agasalhar.

Fonte: Marca

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