PC de Oliveira, renomado por seus feitos no futsal, incluindo o título mundial com a seleção brasileira em 2008, agora aplica sua filosofia de sucesso no comando do time sub-20 do Coritiba. Aos 65 anos, o Técnico tetracampeão da Liga Futsal lidera um projeto ambicioso para unificar o estilo de jogo do clube desde as categorias de base.
A filosofia de um craque no futebol
Apesar de sua carreira vitoriosa, PC de Oliveira enfatiza a importância do coletivo no Futebol, rejeitando o protagonismo individual. Ele acredita que o verdadeiro equilíbrio surge quando se compreende que nenhuma ideia é superior ao talento do jogador brasileiro. O foco não é criar atletas dependentes de instruções constantes, mas sim jogadores que possuam autonomia e criatividade para tomar decisões em campo.
— Hoje você quer jogadores que funcionam, eu quero jogador que joga. E eu acho que o modelo Coritiba é jogador que joga futebol — declarou PC de Oliveira.
Essa distinção é crucial: para o Treinador, o jogador que “joga bola” demonstra talento genuíno ao ter a autonomia e a criatividade para decidir em campo.
O Treinador explicou:
— O jogador que funciona apenas, ele precisa do treinador, precisa o tempo todo estar sendo ligado e desligado. O jogador que joga bola, ele precisa, muitas vezes, ser contido, que eu acho que é melhor — disse.
Identidade coxa-branca e visão de futuro
A experiência de PC de Oliveira no futsal é adaptada à realidade do futebol de campo e ao ambiente do Coritiba. Seu principal objetivo é solidificar a identidade de jogo do clube, algo que a torcida coxa-branca anseia. Ele ressalta a importância da solidez defensiva, inspirada no time principal, como um modelo para as categorias de base.
— Então você tem hoje uma linha defensiva extremamente dominante… Estamos usando isso com os meninos, se vocês não forem dominantes usando a técnica, usando a força, usando a velocidade, usando a potência, o Coritiba não vai enxergá-los como um potencial atleta pra pisar no campo 1 aqui do CT — afirmou o treinador.
Assista à entrevista completa:
O custo da excelência no futebol
PC de Oliveira também compartilha sua visão sobre o exigente caminho para se tornar um atleta profissional. Ele alerta os jovens jogadores sobre o alto custo do sucesso, que envolve sacrifício, treino rigoroso, boa alimentação e recuperação constante para suportar a intensidade de múltiplas partidas semanais.
O treinador destacou:
— Eu sempre brinco com eles e digo assim: “prepara a carteira, heim, custa caro”. Chegar no alto nível custa caro. Não adianta ter contrato, não adianta… O sacrifício é grande, tem que treinar, tem que se esforçar, tem que dormir, tem que comer bem, tem que se recuperar, tem que jogar 100 minutos hoje, tem que jogar mais 100 daqui a dois dias. Por isso, custa caro — concluiu PC.
O objetivo final é formar atletas de nível internacional, capazes de impulsionar o clube para um patamar financeiro mais elevado.
— Se você pegar a tabela do futebol europeu para comprar jogadores no Brasil, ela sobe na medida que você expande sua marca formando jogadores de nível. O que nós queremos? Nós queremos que o Coritiba atinja o nível de vender um jogador por 50 milhões de euros, esse é o ideal — explicou.
PC de Oliveira assumiu o sub-20 do Coritiba em julho, após passagens como treinador profissional pela Ferroviária e Aimoré, e como auxiliar técnico de Alex no São Paulo e Avaí. Ele também atuou como Coordenador Metodológico de Base no Internacional.
Fonte: Globo Esporte