Paris FC desafia hegemonia do PSG com investimento e estratégia de longo prazo

Uma revolução silenciosa está em curso a poucos metros do Parc des Princes, e pode alterar o cenário do Futebol na capital francesa. O slogan “Paris é Mágica” reflete o monopólio que o Paris Saint-Germain detém há décadas. No entanto, o Paris FC, em seu novo lar no Stade Jean-Bouin, demonstra que essa hegemonia pode estar ameaçada.

Com uma Vitória por 2 a 0 sobre o Lorient na última sexta-feira, o Paris FC subiu para a oitava posição na Ligue 1, a apenas seis pontos de seus rivais mais próximos. Embora desafiar o PSG não seja a realidade imediata, o clube, sob a nova gestão da família Arnault, está se moldando com uma estratégia de longo prazo, inspirada em uma revolução cultural.

Nova Gestão e Plano de Crescimento

Apesar da injeção de capital, as mudanças no Paris FC serão graduais. Diferentemente do Saint-Étienne, que falhou ao gastar excessivamente sem experiência na Ligue 1, o Paris FC adota uma abordagem cautelosa. “Precisamos nos estabelecer na Ligue 1 e evitar qualquer passo em falso; é por isso que vamos recrutar jogadores experientes”, afirma o presidente Pierre Ferracci, que permanece no cargo após a aquisição.

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O plano de longo prazo inclui a inspiração no sistema de academias do Barcelona, com o apoio de acionistas minoritários como a Red Bull. O objetivo é explorar o rico celeiro de talentos da região de Île-de-France. Marco Neppe, ex-diretor técnico do Bayern de Munique, foi contratado como novo diretor esportivo, substituindo François Ferracci. “Queríamos dar à gestão esportiva do clube uma cabeça experiente”, declarou Antoine Arnault.

Destaques Individuais e Contratações Inteligentes

Enquanto a estrutura administrativa passa por transformações, o desempenho em campo conta com a solidez de jogadores já conhecidos. Na vitória contra o Lorient, Jean-Philippe Krasso e Ilan Kebbal foram os protagonistas, ambos marcando gols. Kebbal, um meia-atacante técnico e elusivo, tem evoluído constantemente desde sua chegada em 2023, provando seu valor apesar de críticas passadas sobre seu tamanho. Com quatro gols na temporada, ele se destaca na Ligue 1.

Krasso, contratado em 2024, foi o segundo maior artilheiro da Ligue 2 na temporada passada e parece ter recuperado seu espaço na equipe, marcando também contra o Nice. No meio de campo, Maxime Lopez continua a impressionar, enquanto Obed Nkambadio garante a segurança defensiva. As novas contratações também mostram impacto: Moses Simon contribuiu com gols e assistências, e Hamari Traoré traz vasta experiência.

A estratégia de contratações tem sido inteligente, focada em manter o Paris FC na elite. Essa continuidade, tanto em campo quanto no comando técnico, é crucial para atingir o objetivo de permanência.

PSG em Atenção: Pontos Perdidos e Jogadores Jovens

Em paralelo, o PSG tropeçou ao empatar pela segunda vez na temporada. O técnico Luis Enrique optou por escalar quatro adolescentes, visando “priorizar a saúde dos jogadores” após a vitória sobre o Barcelona pela Liga dos Campeões. Com diversas ausências de peso, o Lille teve chances de sair na frente. Mesmo com Nuno Mendes marcando um belo gol de falta, Ethan Mbappé, ex-jogador do Lille, empatou o jogo contra seu irmão Kylian, que assistia da arquibancada.

Já o confronto entre Monaco e Nice terminou em 2 a 2, um resultado que não agrada a nenhuma das equipes. A partida, sem a presença dos ultras do Nice, teve reviravoltas com três pênaltis e uma expulsão. Ansu Fati, em boa fase pelo Monaco, marcou dois gols, mas não evitou que o Nice, que chegou a abrir 2 a 0, buscasse o empate. “Levamos isso dadas as circunstâncias”, comentou o técnico do Nice, Franck Haise. O resultado pode colocar pressão sobre o treinador do Monaco, Adi Hutter.

A evolução do Paris FC é notável, e o Stade Jean-Bouin, com ingressos esgotados, indica que a concorrência pela cidade de Paris pode ganhar novos capítulos. Os cânticos “Paris est Magique” e “Ici c’est Paris” podem precisar de uma nova distinção, pois o clube não é mais uma cidade de um só time.

Fonte: The Guardian