Nuno Espírito Santo acredita que levará tempo para construir uma identidade e filosofia no West Ham. O recém-contratado técnico ajusta-se à nova função após um início agitado e busca se conectar com a cultura do clube em um nível emocional.






Contratado após a demissão de Graham Potter na semana passada, Nuno relatou que membros experientes da equipe dedicaram a semana para lhe explicar os pormenores da vida no West Ham. Ao ser questionado sobre sua interpretação do “jeito West Ham”, conceito que para alguns fãs significa “futebol ofensivo” e para outros, paixão e resiliência, ele sorriu.
“É isso que estou tentando entender todos os dias”, disse. “Todos os dias eles me contam. Não se trata apenas de entender. Vai muito além. Precisamos sentir. Preciso de tempo para sentir. Estou começando a entender, mas realmente preciso sentir. E depois de realmente sentirmos, temos que internalizar isso.”
“Você tem que colocar para dentro de si. O que faz a diferença é o sentimento, não apenas o entendimento. Se você sente, vai muito mais longe. Vocês estão falando sobre filosofia e identidade. Quão distantes estamos disso? Não basta dizer ‘o jeito West Ham’. Vamos construí-lo, vamos criá-lo, vamos senti-lo. Vamos nos identificar com isso.”, completou.
Prioridade é construir identidade
Nuno, que iniciou sua passagem com um encorajador empate em 1 a 1 contra o Everton na segunda-feira, foi questionado sobre o quão longe está de desenvolver uma identidade para a equipe. “Acho que muito longe”, respondeu. “É tão difícil fazer isso. Requer muito esforço de todos no clube. Mas é uma prioridade.”
Frequentemente, a torcida demanda um estilo de jogo empolgante. David Moyes, o técnico de maior sucesso do West Ham na era moderna, eventualmente enfrentou pressão por sua abordagem pragmática. No entanto, Julen Lopetegui e Potter lutaram para mudar o estilo de jogo na era pós-Moyes.
Agora, cabe a Nuno, que utilizou um estilo de contra-ataque no Nottingham Forest, decidir se os resultados são mais importantes do que o entretenimento.

Desafios defensivos e planejamento tático
O West Ham sofreu 14 gols em suas primeiras seis partidas da liga e amarga a 19ª colocação. “O que determina o estilo de jogo não é o treinador”, afirmou Nuno. “O que determina o estilo de jogo é o elenco. Não é o treinador.”
“Temos que encontrar o equilíbrio entre as duas partes do jogo. A parte defensiva e a parte ofensiva. Não podemos atacar de forma desequilibrada porque abrimos espaços para nossos adversários. Temos que defender, organizar, mas sempre com uma prioridade. Quando recuperarmos a bola, o que faremos com ela?”, questionou.
O West Ham pode contar com o retorno de Aaron Wan-Bissaka e Jean-Clair Todibo em sua visita ao Arsenal no sábado. Nuno também deixou a porta aberta para o retorno de James Ward-Prowse, que foi preterido na escalação contra o Everton. Ward-Prowse jogou brevemente sob o comando de Nuno no Forest na temporada passada, mas o meio-campista não era titular e seu empréstimo foi interrompido em fevereiro.
Fonte: The Guardian