A partida contra o Bahia foi um marco na carreira de Luciano. Na noite de sábado, o atacante do São Paulo alcançou a marca de 100 gols com a camisa tricolor, entrando para o top-20 dos maiores artilheiros da história do clube. A trajetória do camisa 10, marcada por altos e baixos, foi tema de sua Entrevista pós-jogo.

O atleta relembrou momentos de tensão durante sua passagem pelo São Paulo, incluindo ameaças feitas à sua família por torcedores nas Redes Sociais. Ele ponderou sobre o impacto desses episódios em seu desempenho e na relação com o clube.
– Acho que quando as coisas não acontecem, tudo certo me criticar, me vaiar e me xingar. Eu tenho que pegar essas críticas, melhorar em cima delas e tentar, no outro jogo, superar isso e ajudar meus companheiros. Mas quando entra para o lado pessoal, que vai nas redes sociais da minha esposa, que vai nas redes sociais da minha mãe, das minhas irmãs, e ameaçar minhas filhas, minha família… isso já vai para o lado pessoal porque eu não consigo desempenhar tão bem. Eu acho que as críticas são válidas. Eu tenho 100 gols com a camisa do São Paulo. Tem torcedor que não gosta de mim, mas vai ter que começar a gostar, a se acostumar, porque são 20 jogadores que tem 100 gols com essa camisa e eu sou um deles – declarou o atacante após o jogo.
Luciano fez um apelo à torcida do São Paulo, citando as críticas e ameaças virtuais sofridas, especialmente em um momento de instabilidade do clube, que vinha de uma vitória em oito jogos e vinha de três partidas sem vencer antes do confronto contra o Bahia.
– Eu só peço, por favor, que o torcedor que gosta de mim não vá ameaçar minha família, minhas filhas. Minha esposa até chegou a postar que outro dia falaram que sabiam onde eu morava, onde minhas filhas estudavam. Aí minha esposa fica com medo, eu fico com medo também, porque eu estou aqui para ajudar. Eu estou aqui no São Paulo para ajudar. Às vezes não dá certo, mas só que eu também sou humano e eu vou errar. Eu não sou um jogador perfeito. Então eu só peço que, quando for cobrar, cobre só a mim. Não entre na parte pessoal da minha família – completou.
Ainda no gramado, no intervalo, Luciano expressou seu forte vínculo com o São Paulo, destacando o quanto o clube e a torcida se tornaram importantes em sua vida.
– O São Paulo, desde que cheguei aqui, depois da minha família, foi tudo na minha vida. As vezes eu sou vaiado pela minha torcida e pela torcida adversaria, mas meus companheiros estão comigo. Poucos chegam a 100 gols, ainda mais em um clube desse aqui. Me sinto privilegiado e vou trabalhar para seguir marcando gols – disse ao canal Sportv.

Conversa com Ceni? Luciano responde
A marca de 100 gols coloca Luciano em um seleto grupo de ídolos do Tricolor, entre eles Rogério Ceni, atual técnico do Bahia. Perguntado sobre como deseja ser lembrado pela torcida e se teve contato com o ex-goleiro, o atacante foi enfático.
– Eu vou ser lembrado pelos gols que eu fiz, pelos títulos que eu ganhei também. Eu tenho três títulos aqui em cinco anos. Eu espero que o torcedor são-paulino que realmente gosta de mim nunca me esqueça. Porque depois, quando eu sair daqui, se um dia eu sair, eu vou estar sempre torcendo pelo sucesso desse clube (…) Não, eu não cheguei a nem conversar com o Rogério. Eu vi que ele já tinha saído do campo ali, eu nem cheguei a conversar com ele não – afirmou.
O camisa 10 também abordou seus planos para o restante da temporada, reconhecendo a concorrência interna e destacando a importância da tranquilidade e do foco nos treinamentos para o restante do Brasileirão.
– O treinador dá oportunidade para todo mundo. Quando tem jogos em sequência, ele sempre muda a equipe. A gente tem que ficar tranquilo também, tem que saber que tem companheiro que quer jogar e que treina para jogar. Então a gente fica tranquilo e espera quando entrar poder ajudar – finalizou.
Luciano e o elenco do São Paulo se reapresentam na manhã deste domingo (26) para o treino no CT, com foco total na próxima partida contra o Vasco, que ocorrerá no fim de semana no Rio de Janeiro.
Fonte: LANCE!