Aos 21 anos, Lucia Kendall se tornou uma das surpresas na convocação da seleção feminina da Inglaterra para os amistosos contra Brasil e Austrália. A meio-campista, que chegou ao Aston Villa nesta temporada vindo do Southampton, impressionou pela sua performance na Women’s Super League (WSL), garantindo sua primeira chamada para a equipe principal. Kendall expressou sua surpresa e entusiasmo com a oportunidade.






Oportunidade Inesperada e Ambiente da Seleção
“É surreal, na verdade”, declarou Kendall em Entrevista na base de treinamento do English Team em St George’s Park. “Acho que ainda não caiu a ficha. Estou aqui para aprender o máximo possível. Esta equipe acabou de vencer duas Eurocopas seguidas, então poder estar no ambiente delas é algo que eu realmente não esperava conseguir tão cedo.”
Confiança da Treinadora e Adaptação ao Novo Clube
A confiança depositada pela técnica do Aston Villa, Natalia Arroyo, tem sido fundamental para o desenvolvimento da jogadora. “Ela é muito apaixonada pelo jogo”, comentou Kendall sobre Arroyo. “Estou começando a entender a forma como ela quer que joguemos, para sairmos mais com a bola, mas sou muito grata pelo nível de confiança que ela demonstrou em mim. Sou uma jogadora jovem na equipe. Na minha estreia, contra o Arsenal no Emirates, nem todo técnico te coloca na fogueira assim, mas fui muito grata pela oportunidade de mostrar o que posso fazer. Sinto essa confiança dela.”
Trajetória e Preparação
As bases para o seu crescimento foram solidificadas no Southampton, clube onde atuou desde os 16 anos, e sua passagem pelas categorias de base da Seleção Inglesa. “Estar no Southampton por tanto tempo – joguei futebol profissionalmente desde os 16 anos – me preparou muito bem, e a confiança consistente que eles demonstraram em mim como jogadora foi importante. Senti que estava pronta para o próximo passo [para a WSL] e sabia que teria que me provar para justificar minha presença neste nível. A velocidade do jogo é mais alta ao subir de divisão, mas acredito que jogar minutos consistentes na WSL 2 me colocou em boa posição.”
“A seleção Sub-23 também me preparou bem para este ambiente”, acrescentou. “Eles tentam espelhar o máximo possível a equipe principal. Estou familiarizada com o time há tempo suficiente para observar muitas coisas, mas definitivamente posso dizer que a diferença está nos detalhes e tudo se resume a querer vencer. Não há enrolação; se podemos vencer assim, é dessa forma que vamos fazer.”
Ambições e Versatilidade em Campo
O objetivo principal é absorver toda a experiência possível. “Quero mostrar o que sou e o que posso fazer”, afirmou, já pensando nos próximos desafios contra China e Gana em novembro e dezembro. “Temos quatro Amistosos pela frente, então são jogos muito empolgantes.”
Kendall demonstra versatilidade ao atuar no meio-campo, podendo desempenhar as funções de meia-atacante (nº 10), Volante (nº 6) ou meio-campista central (nº 8). “Não me limito a uma posição”, explicou. “Joguei como 10 no Southampton e tenho atuado mais como volante defensiva no Villa. Diria que posso jogar nas três posições, talvez com mais naturalidade como defensiva, mas quero ter a capacidade de atuar nas três funções no meio-campo.”
Interesses Fora de Campo e Escolha pelo Futebol
Fora dos gramados, Kendall descreve-se como alguém que demora a sair da sua concha, mas que quando o faz, é “um pouco boba”. Ela toca piano e cursa psicologia. O futebol não foi o único esporte de sua juventude; ela também jogou críquete para Hampshire e foi selecionada para a academia feminina da Inglaterra na temporada 2019-20.
“Provavelmente escolhi o futebol quando tinha uns 15 ou 16 anos”, revelou. “Quando tive que fazer a transição para o Southampton Women, não havia mais tempo para conciliar os dois. Amei jogar críquete quando era mais nova e foi uma decisão muito difícil. Hesitei bastante, e meus pais diziam: ‘Continuem com os dois’. Eles me apoiaram muito. Fui muito grata por isso. Eventualmente, quando chegou a hora, pensei: ‘Sabe de uma coisa? Acho que gosto mais de futebol’.”
Ter outros interesses é importante para Kendall. “Gosto de manter o futebol no futebol, sem deixar que ele domine minha vida inteira”, disse ela. “É algo que pode acontecer facilmente. Piano, faculdade, cozinhar, passar tempo com meus amigos e família… Eu apenas aprecio uma vida pacífica e tranquila.”


Fonte: The Guardian