Jess Fishlock: Ícone do País Despede-se da Seleção Galesa com Legado Histórico

Jess Fishlock encerra sua lendária carreira de 20 anos na seleção de Gales, deixando um legado histórico no futebol feminino do país.
Jess Fishlock — foto ilustrativa Jess Fishlock — foto ilustrativa

A palavra “lenda” é frequentemente usada de forma exagerada no futebol, mas no caso de Jess Fishlock, poucas palavras conseguem capturar sua magnitude. A meio-campista, que se despede da seleção de Gales neste sábado, aos 38 anos, personifica o espírito de representar o país, encerrando uma carreira internacional de quase 20 anos. Fishlock, considerada uma pioneira, teve um papel fundamental em colocar o Futebol Feminino galês no mapa.

Despedida após Euro e Carreira Vitoriosa

A decisão de encerrar sua trajetória na seleção foi tomada após a Eurocopa. “Não foi uma decisão que tomei de ânimo leve… No final, senti que não conseguiria mais me dedicar aos ciclos como antes. Não sou assim. Se me comprometo com algo, gosto de me dedicar de corpo e alma, e senti que não conseguiria mais fazer isso”, explicou Fishlock à imprensa galesa. Desde sua estreia Internacional contra a Suíça em 2006, Fishlock foi o motor da equipe, elevando os padrões dentro e fora de campo. Seu estilo de jogo reflete sua personalidade: uma jogadora de equipe exemplar, que cobre cada centímetro do campo e lidera pelo exemplo, com ou sem a braçadeira.

Jess Fishlock em ação pela seleção de Gales.
Jess Fishlock, em um momento de concentração em campo.

O Legado de uma Líder Incomparável

Helen Ward, ex-companheira de equipe de Fishlock, descreve a importância da jogadora: “É impossível resumir Jess em poucas palavras. Durante toda a minha carreira de 15 anos em Gales, Jess esteve no centro de tudo. Ela sempre foi a jogadora e a pessoa de referência. Quando as coisas iam bem, geralmente era por algo que Jess estava fazendo ou tinha feito; e quando as coisas não iam tão bem, era a ela que olhávamos para nos tirar da situação. Desde jovem, ela tinha essa qualidade de Liderança, essa aura, mas sempre fez parte do grupo.” A presença de Fishlock em campo transformava a dinâmica para os adversários antes mesmo da bola rolar. Ela combina talento natural, determinação e paixão, ditando o ritmo do jogo no meio-campo com habilidade, visão e criatividade.

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Jess Fishlock celebrando um gol pela seleção de Gales.
A atacante comemora um gol importante para a equipe.

Recordes e Influência Fora de Campo

As estatísticas confirmam seu impacto: Fishlock encerra sua carreira internacional como a jogadora com mais partidas e mais gols pela seleção galesa, além de ter sido eleita cinco vezes a melhor jogadora do País de Gales. Ela foi peça-chave na histórica campanha de classificação para a Euro 2025 e, com justiça, marcou o primeiro Gol do país em um grande torneio. “Jogar com Jess foi uma das maiores honras da minha carreira”, afirma Ward. “Acho que ela me ajudou em mais da metade dos meus 44 gols”. A influência de Fishlock transcende o campo. Ela abriu caminhos para futuras gerações de jogadoras galesas e elevou o perfil do esporte e de sua nação globalmente. Na carreira doméstica, atuou em oito países diferentes, conquistando títulos em muitos deles. Nos Estados Unidos, onde mora há anos, busca mais uma temporada na NWSL antes de encerrar definitivamente sua carreira.

Sua importância fora das quatro linhas é igualmente significativa. Fishlock sempre falou abertamente sobre seu papel em impulsionar o esporte, especialmente para uma geração que lutou por investimento e visibilidade. Como jogadora abertamente gay, seu trabalho em prol da comunidade LGBTQ+ é notável, tendo lhe rendido uma MBE em 2018. “Ela é simplesmente um ícone para o país”, conclui Ward. “Ela se preocupa com todos, seja na comunidade LGBTQ+, ajudando em bancos de alimentos quando volta para casa, doando para causas incríveis sem alardear. Ela também é uma pessoa de família que cuida de todos ao seu redor. O que ela fez por sua cidade natal e pelo país vai muito além do Futebol“.

Jess Fishlock em entrevista após um jogo.
Fishlock concedendo entrevista, demonstrando sua importância como porta-voz do esporte.

Fonte: The Guardian

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