O jovem meio-campista Gerard Hernández, de 20 anos, tem trilhado um caminho diferente na sua carreira. Em vez de buscar seu espaço nas ligas europeias, ele optou por se transferir para o Catar, onde defende as cores do Al Arabi. No clube, ele reencontra outros jogadores espanhóis como Pablo Sarabia, Rodri Sánchez, Javi Hernández e Simo Keddari. Longe de ser um destino de Aposentadoria, Hernández vê a liga catari como um ponto de partida para seu desenvolvimento.
Enquanto acumula experiências longe de casa, o jogador se mantém como peça importante na seleção sub-21 espanhola. Em Doha, ele se adapta a novos horários e à cultura local, demonstrando que uma carreira profissional pode ser construída em locais inesperados. Para ele, o fundamental é crescer e se sentir valorizado, independentemente da localização geográfica.
Adaptação e Desafios no Catar
Gerard Hernández relata que a Adaptação inicial foi um desafio, apesar dos avisos de outros compatriotas. A burocracia e as diferenças culturais foram os principais obstáculos, mas agora ele se sente mais tranquilo e integrado. Os horários de treino, que ocorrem no fim da tarde e à noite devido ao calor intenso, e os costumes locais, incluindo a culinária, foram aspectos que exigiram ajuste. 
O Al Arabi não teve um início de temporada ideal, mas o Elenco está focado em reverter essa situação. Uma pausa de duas semanas no calendário foi vista como uma oportunidade para preparar o time para os próximos jogos e buscar melhores resultados.
A Escolha Inesperada pelo Catar
A Transferência para o Catar não estava nos planos iniciais de Hernández. No entanto, o contato de Pablo Amo, seu ex-treinador na seleção, e o interesse demonstrado pelo clube foram decisivos. Ele viu na liga catari uma oportunidade de aprender e crescer como atleta, com um corpo Técnico que o conhecia e lhe oferecia confiança, algo que ele não encontrava em outras ligas europeias.
Embora o aspecto financeiro tenha sido um fator de ajuda, o jogador enfatiza que a principal motivação foi a valorização e a confiança depositada por uma comissão técnica familiar.
O Futebol Catarí em Evolução
Hernández percebe o futebol no Catar em constante crescimento, atraindo cada vez mais jogadores de renome, como Verratti e, em seu próprio time, Pablo Sarabia. Essa presença de estrelas eleva o nível da competição e serve de inspiração. O jogador espera que a liga seja cada vez mais reconhecida por seu nível técnico, afastando a imagem de destino apenas para o fim de carreira.
Ele nota diferenças na cultura tática e na disciplina em comparação com o futebol espanhol, mas acredita que a presença de estrangeiros contribui para a evolução dos jogadores locais. Os atletas cataris demonstram abertura para aprender e escutar, o que é visto de forma positiva.
Vida Social e Influências
Os jogadores espanhóis no Al Arabi mantêm uma convivência próxima, especialmente Simo Keddari, com quem divide moradia. Os encontros com Sarabia, Javi Hernández e Rodri Sánchez, seja para jantar ou confraternizar, ajudam a criar um ambiente de união, crucial em momentos difíceis.
Hernández destaca a importância de Simo Keddari em sua adaptação, pois ele pôde contar com a experiência de um colega que já vivia na região. A presença de outros espanhóis e do staff também minimizou a sensação de isolamento.
Expectativas e Seleção Espanhola
A principal aspiração do Al Arabi para a temporada é obter um desempenho consistente e melhorar a posição atual na tabela, visando também a Copa e outras competições.
Quanto à seleção espanhola, Hernández não acredita que jogar no Catar feche portas. Para ele, o desempenho individual é o fator determinante. Ele ressalta que, mesmo fora das principais ligas europeias, é possível manter o nível e ser observado pela comissão técnica, desde que haja dedicação aos treinos e a manutenção da forma física.
Ele relata conversas com David Gordo, técnico da sub-21, que se mostrou preocupado com sua condição física. Hernández garantiu que, mesmo sem jogar em seu clube, manteve os treinos em alta intensidade.
Influências Técnicas
Hernández relembra com carinho sua passagem pelo Elche, onde trabalhou com Eder Sarabia. Ele credita ao treinador um papel fundamental em seu desenvolvimento como jogador e pessoa. A experiência de jogar menos na segunda metade da temporada passada no Elche foi crucial para seu amadurecimento psicológico. Ele elogia a filosofia de jogo de posse de bola e proatividade de Sarabia, que se alinha com seu estilo.
O ambiente no Elche, com um grupo unido e colaborativo, foi outro fator que Hernández destacou como essencial para o sucesso da equipe. Ele considera Eder Sarabia como a maior influência em sua carreira profissional, especialmente por ter lhe dado a oportunidade de estrear no futebol profissional e o impulsionado a dar o salto de qualidade.
Futuro e Conselho a Jovens Atletas
Sem definir planos concretos para os próximos três anos, Gerard Hernández foca em melhorar seu desempenho atual, ajudar o Al Arabi a mudar sua trajetória e continuar aprendendo com o novo treinador. Ele não descarta um retorno à Espanha no futuro, mas seu presente está voltado para a adaptação e o desenvolvimento no Catar.
Aos jovens jogadores que cogitam atuar no Catar ou na Arábia Saudita, Hernández aconselha a seguir seus instintos. Ele reitera que essas ligas oferecem oportunidades de crescimento, aprendizado e visibilidade, longe da ideia de serem um retrocesso na carreira. Para ele, é uma alternativa válida para quem não encontra espaço em ligas mais competitivas, mas busca confiança e minutos em campo para, eventualmente, dar o próximo grande salto.
A distância da família tem sido gerenciada de forma progressiva, pois ele já vivia sozinho desde o Villarreal. Aproveita ao máximo as oportunidades de vê-los, como durante as convocações para a seleção espanhola.
Seu principal objetivo para o futuro é evoluir como atleta e pessoa, buscando alcançar o mais alto nível no futebol.
Fonte: Marca
