A manifestação mais forte da torcida do Flamengo no reencontro com Gabigol foram as vaias depois que o atacante entrou em campo na reta final do empate em 0 a 0 com o Cruzeiro. A reação dos rubro-negros, de modo geral, foi fria com o atacante, que jogou com uma chuteira de coração dividido no Maracanã.
No primeiro turno, Gabriel castigou o Flamengo ao marcar no rebote do pênalti nos últimos minutos, no Mineirão. Agora, porém, ele sequer teve oportunidades em uma partida bastante truncada em confronto direto pela liderança do Brasileirão. Nos poucos momentos em campo, foi seguido de perto por Alex Sandro e Léo Pereira, ficando sem espaços.
Reação da torcida e interações
Dos cartazes destinados ao atacante no estádio, dois diziam: “Hoje não tem gol do Gabigol”. Outro pedia que ele autografasse uma foto. Apesar de alguns aplausos mais tímidos quando o jogador entrou para o aquecimento, o sentimento geral foi de indiferença. O camisa 9, por outro lado, apareceu em clima leve e brincando junto aos companheiros do novo clube. Até tentou algumas embaixadinhas.
As interações com o Flamengo foram em momentos específicos. Ao final do aquecimento, ele saiu abraçado e conversando com Luiz Araújo. Depois do hino, foi até o banco de reservas do time mandante cumprimentar um por um. Rodrigo Caio foi quem recebeu um abraço mais forte, perdendo apenas para Bruno Henrique, com quem teve o contato mais longo e ainda fez a imitação da tradicional comemoração da “fusão” dos dois. Os reservas brincaram falando: “que fofos”.
Filipe Luís lamentou chance de ampliar liderança e elogiou o confronto: “Intensidade europeia”.
Primeiro toque e vaias
Cercado de fotógrafos e cinegrafistas, o olhar de Gabigol buscava Filipe Luís no meio da multidão antes do retorno à área do novo clube. Quando achou, o atacante deu um forte abraço no treinador, trocou palavras rápidas e cada um seguiu seu caminho. Bem diferente do zagueiro Fabrício Bruno, que, antes do início do jogo, ignorou a presença do ex-comandante, mas falou com os atletas. Encerrada a partida, no entanto, Fabrício Bruno e Filipe Luís ficaram um tempo conversando no campo.
Chance só no fim
Gabigol só foi acionado aos 42 minutos do segundo tempo. Até esse momento, no banco, o atacante comentava todos os lances com os companheiros ao lado. Ele também cobrou o árbitro duas vezes, uma delas levantando e indo até o assistente. No geral, reagiu pouco, com risadas e demonstrando uma certa tensão em gols perdidos.
Em alguns momentos, quando a torcida do Flamengo se inflamava e cantava mais alto, Gabi encarava a arquibancada por alguns segundos e retornava à conversa. O som, tão familiar em outros tempos, agora era contra ele. Quando foi para o aquecimento, acenou duas vezes para rubro-negros que se esgoelavam por sua atenção.
A entrada em campo foi ameaçada brevemente pela expulsão de William, já na reta final. Leonardo Jardim manteve a mudança e fez com que o atacante, enfim, ouvisse algo da torcida do Flamengo. As vaias vieram de boa parte do estádio, mas não de forma unânime, assim que a placa subiu. Não houve muito tempo e nem espaço para nada. No primeiro toque na bola, mais vaias. Quando sofreu uma falta de Bruno Henrique e riu, outra vez ouviu os sons negativos da torcida. Mas foi apenas isso.
Quando a partida chegou ao fim, Gabigol deixou o campo lentamente falando com cada um dos ex-companheiros. Trocou camisa com Léo Pereira, deu um abraço em Filipe Luís, Arrascaeta, Bruno Henrique e outros.
Conversa com Filipe Luís
Na saída do estádio, protagonizou outro momento ao lado do treinador. Ainda na parte interna do Maracanã, Filipe e Gabriel ficaram conversando por um longo tempo. Em certo momento, Leonardo Jardim, técnico do Cruzeiro, também participou do papo. O jogador deixou o local falando com o filho do ex-lateral. Depois, retornou ao lado de dentro para que todos os jogadores do Cruzeiro saíssem juntos. Cercado de imprensa e torcedores, ele tirou algumas fotos antes de entrar no ônibus da delegação do Cruzeiro.
Fonte: Globo Esporte