A melhor forma de resumir a atuação do Fluminense é que o melhor jogador da partida foi o goleiro Ivan, do Internacional. Diz muito sobre como o placar de 1 a 0, neste sábado, é mentiroso. A verdade é que, se a pontaria tricolor estivesse em dia, o Colorado seria goleado no Maracanã na melhor atuação sob comando de Zubeldía. Mas como gramados não são tribunais, os três pontos são fundamentais para seguir caçando um lugar no G-6, que dá vaga para a Conmebol Libertadores.
A vitória — e o volume de jogo — passam pelo ponto central na derrota para o Vasco: ter elos que funcionam. É nítido o quanto o nível do Fluminense aumenta quando Lucho Acosta e John Kennedy estão juntos. Não surpreende que as melhores oportunidades do jogo vieram dos pés deles — no primeiro tempo, então, foram duas bolas na trave da dupla e três defesas impressionantes do Goleiro adversário. Se não fosse pelo já citado Ivan, a partida seria resolvida nos 10 minutos iniciais.
Vale destacar que, o Fluminense também conseguiu unir as duas das suas melhores características do elenco. Ter pulmão é fundamental no futebol moderno, por isso, a presença de Serna e Canobbio é necessária. Até dá para ganhar jogos com transpiração, mas ter qualidade com a bola nos pés facilita as coisas. A dupla Lucho Acosta-John Kennedy entrega isso. Pontos também para Zubeldía, que não brigou com o campo e fez o necessário. 
Próximos passos na busca pela Libertadores
O próximo passo é seguir evoluindo. Todas as quatro vitórias de Zubeldia pelo Fluminense foram no Maracanã. Além de manter o desempenho, o próximo passo é triunfar fora de casa. Com 44 pontos, o Tricolor se aproxima de vez do G-6 do Brasileirão tendo jogos acessíveis pela frente — enfrenta Ceará duas vezes e o Mirassol no Maracanã. É fundamental pontuar o máximo possível para incomodar todos da parte de cima. Isso antes da dura sequência contra Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro.
Para analisar a partida, é necessário repetir: o Fluminense poderia ter goleado com 10 minutos de jogo. Foi discrepante a diferença de comportamento. Assustou positivamente a forma como a equipe de Zubeldía encaixou a marcação e encontrou corredores. As movimentações de Lucho Acosta, Serna, Canobbio e John Kennedy, auxiliado por um Samuel Xavier que jogou quase como um meia, gerava espaço aos montes.
Juntos, Lucho e John Kennedy trouxeram velocidade e inteligência para o ataque do Fluminense. O Tricolor ganha em troca de passes, tabelas e infiltração quando eles estão alinhados. Foi assim que o camisa 99 teve três grandes chances para marcar. Mandou uma na trave e viu o goleiro Ivan fazer duas grandes defesas em outras chances. Lucho também acertou a trave uma vez.
Estratégia defensiva do Internacional
Pesa também a escolha do Internacional de apostar no contra-ataque. Com três zagueiros e três volantes, Ramón Diaz pareceu contente com o empate que tentava segurar. A única chance do Colorado foi num erro de saída de bola do Tricolor, que Vitinho quase marcou. Tirando isso, foi uma equipe que rifava a bola e deixava o Tricolor controlar as ações.
Assim, é natural que a resposta para o segundo tempo trouxesse uma resposta do Colorado. Ramón Diaz fez três substituições, mas o Internacional pouco melhorou. A pressão do Fluminense seguiu diante de um adversário que parecia se contentar com o empate, mesmo com o adversário mudando a formação tática (saiu de um 5-3-2 para um 4-5-1).
O gol era questão de tempo e veio com Samuel Xavier, que citamos que atuou quase como um meio-campista. Tabela com John Kennedy, presença dentro da grande área e um chute para coroar a sua boa atuação. É compreensível que os 35 anos do lateral-direito o prejudique pensando na Seleção Brasileira, mas seu ano é digno de uma convocação.
Se já estava mal com o 0 a 0, estando atrás no placar só piorou as coisas para o Internacional. Ao se expor, viu uma chuva de contra-ataques poder definir a vitória. Aqui, mais uma boa leitura de jogo de Zubeldia. Ao perceber que o meio-campo cansou, as trocas vieram logo em seguida. E a dupla Lucho Acosta-John Kennedy deu lugar para a de Lima-Cano. O argentino teve duas oportunidades de ampliar, mas faltou pontaria.
Fluminense se aproxima do G-6
Ao apito final, veio a certeza de que o Fluminense está na briga por uma vaga na Conmebol Libertadores. O Tricolor chegou aos 44 pontos e está na sétima posição. Na próxima quarta-feira, o Tricolor vai enfrentar o Ceará, no Maracanã. São três pontos inegociáveis para quem já brigava por Conmebol Libertadores, mas que entrou de vez na disputa por uma vaga no G-6.
Fonte: Globo Esporte
