Fifa e Fórmula 1 recebem alerta sobre patrocínio polêmico da Arábia Saudita

Fifa, Fórmula 1 e outras entidades esportivas recebem alerta sobre parcerias com a estatal saudita Aramco por possíveis violações de direitos humanos.
Fórmula 1 em evento com patrocinador saudita. Fórmula 1 em evento com patrocinador saudita.

Entidades esportivas como a Fifa e a Fórmula 1 receberam um alerta formal de dez grupos ambientais e de direitos humanos. As organizações expressaram “graves preocupações” sobre acordos de patrocínio com a estatal de petróleo da Arábia Saudita, a Aramco, citando possíveis violações de leis internacionais, padrões de direitos humanos e compromissos de sustentabilidade.

Fórmula 1 em evento com patrocinador saudita.
Fórmula 1 e Fifa sob escrutínio por parceria com a Aramco.

Prazos e Demandas Ignoradas

As cartas, enviadas em 15 de setembro, também foram direcionadas ao ICC (Conselho Internacional de Críquete), Concacaf, Aston Martin e Amaury Sport Organisation (ASO), organizadora do Rali Dakar. Um prazo de duas semanas foi estipulado para respostas a questionamentos sobre a patrocinadora, mas, segundo informações, não foi cumprido. Entre os signatários dos documentos estão organizações renomadas como a Human Rights Watch e a ALQST (organização focada em direitos humanos na Arábia Saudita).

O alerta destaca comunicações da ONU de 2023, que apontam para possíveis violações de leis e padrões internacionais de direitos humanos por parte da companhia petrolífera saudita. “Enquanto especialistas líderes da ONU em direitos humanos vêm alertando sobre o impacto das atividades da Aramco no planeta e nas pessoas, organizações esportivas como a Fifa, a Fórmula 1 e o ICC continuam aceitando o dinheiro da empresa, ignorando não apenas suas muito divulgadas declarações de responsabilidade social, mas também o futuro dos próprios esportes”, declarou James Lynch, da FairSquare, organização que foca em responsabilidade no esporte.

Advertisement

Contratos Bilionários e Preocupações Éticas

O acordo entre a Aramco e a Fifa, por exemplo, engloba a Copa do Mundo do próximo ano e a Copa do Mundo Feminina de 2027, com valor estimado superior a US$ 100 milhões por ano. A empresa saudita também patrocina a Copa do Mundo T20 de Críquete e recentemente foi patrocinadora do Grande Prêmio de Singapura de Fórmula 1, além de ser parceira principal da Copa do Mundo Feminina de Críquete.

Maryam Aldossari, membro do conselho da ALQST, ressaltou a gravidade da situação: “A Saudi Aramco fornece uma fonte crucial de receita para o Estado altamente repressivo de Mohammed bin Salman, onde a crítica ao governo é punível com prisão, e um jornalista foi executado no início deste ano.”

Detalhe do GP da Arábia Saudita de Fórmula 1.
A Aramco tem expandido seu patrocínio em eventos esportivos globais.

Contradição com Compromissos Ambientais

A situação gera uma contradição, pois a Fifa e a Fórmula 1 são signatárias do Quadro da ONU para Ação Climática no Esporte, que os compromete a reduzir suas emissões. Amin Nasser, presidente e diretor executivo da Aramco, afirmou no ano passado que é preciso “abandonar a fantasia de eliminar o petróleo e o gás e, em vez disso, investir neles de forma adequada”.

Fonte: LANCE!

Add a Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Advertisement