A possibilidade de Cooper Flagg, a primeira escolha do draft, iniciar como armador titular do Dallas Mavericks na estreia contra o San Antonio Spurs não foi confirmada pelo técnico Jason Kidd na segunda-feira. No entanto, a Escalação utilizada nos dois últimos jogos da pré-temporada sugere essa tendência. A equipe entrou em quadra com uma quinteto com Flagg, Klay Thompson, P.J. Washington, Anthony Davis e Dereck Lively II, uma formação considerada ‘massiva’.


“Quando falamos dele começando como armador, é mais uma situação de armador-pivô”, explicou Kidd aos repórteres. “Mas tecnicamente, temos que listar alguém na posição de armador, então acho que o estamos listando nessa posição.”
O potencial de Cooper Flagg
Flagg, de 18 anos, é um dos jogadores mais completos em sua faixa etária. Com 2,06m de altura, ele atua como ‘forward’, mas demonstrou versatilidade em Duke, capaz de correr pick-and-roll, atuar em isolamento, postar, fazer corta-luzes, cortar para a cesta e sair de bloqueios. Jason Kidd busca empoderar o jovem talento, especialmente com a ausência de Kyrie Irving nos primeiros meses da temporada. A questão que fica é: como essa formação impacta o restante da equipe?
Com Davis e Lively dividindo o garrafão, Flagg enfrentará um espaçamento limitado na quadra ofensiva. A presença de Thompson e Washington nas pontas também impõe um fardo considerável de criação de jogadas sobre o novato.
A contrapartida para essas preocupações seria o foco na Defesa, um elemento crucial para o sucesso em campeonatos.
O panorama da temporada
A temporada 2024-25 dos Mavericks ainda é um ponto de interrogação, com a saída de Luka Dončić para a chegada de Flagg. A equipe chegou às Finais da NBA em 2024 sob o comando de Dončić.
A offseason trouxe novidades significativas: além de selecionar Flagg como primeira escolha, os Mavs assinaram com o armador Ryan Nembhard em um contrato two-way. A equipe também renovou com Kyrie Irving (três anos, US$ 118,5 milhões, com opção do jogador), estendeu os contratos de P.J. Washington (quatro anos, US$ 88,8 milhões) e Daniel Gafford (três anos, US$ 54,5 milhões), e trouxe de volta Danté Exum. D’Angelo Russell foi adicionado por dois anos e US$ 11,7 milhões (com opção do jogador).
As projeções de Las Vegas apontam para um total de 41,5 vitórias na temporada.
A ‘Conversa’ sobre o elenco
O otimista: A chegada de Cooper Flagg em Dallas é vista como um ‘milagre’, capaz de transformar instantaneamente a perspectiva do time. Mesmo com lesões de jogadores como Anthony Davis ou Kyrie Irving, a presença de Flagg oferece um suporte crucial. A equipe pode competir imediatamente, com a vantagem de ter a pressão diminuída.
O cético: A sorte favoreceu os Mavs com a primeira escolha, dada a baixa probabilidade. A presença de Flagg, de fato, amenizou um cenário antes volátil. Contudo, a equipe apresenta um formato ‘peculiar’. O espaçamento, a criação de jogadas e a defesa no perímetro são pontos de atenção. A expectativa de um elenco mais equilibrado após a offseason não se concretizou.
O otimista responde: Descartar a necessidade de mais um armador seria um erro, especialmente com Kyrie Irving de volta. D’Angelo Russell é uma opção válida como ‘tapa-buraco’. Flagg, embora não seja um armador convencional, possui a capacidade de criação que o tornou um prospecto de elite. Se ele evoluir rapidamente para All-Star e Irving mantiver sua forma, a equipe tem potencial para ser uma forte concorrente. Jogadores como Washington, Max Christie, Naji Marshall e Dante Exum também demonstraram capacidade de criação e defesa.
O cético retruca: Quentin Grimes seria um bom defensor de perímetro e capaz de arremessar de três pontos. A versatilidade defensiva de Washington é notável, mas ele não é a primeira opção ideal contra armadores explosivos como Stephen Curry ou De’Aaron Fox. As formações com Flagg e Davis levantam questões sobre o posicionamento ideal, especialmente na defesa de transição. O conceito de ‘positionless basketball’ (basquete sem posições fixas) parece mais focado em adicionar criatividade, arremesso e velocidade ao time.
O otimista argumenta: Se equipes como o Houston Rockets conseguiram sucesso com formações com múltiplos pivôs como Steven Adams, Alperen Sengun e Amen Thompson, os Mavericks podem experimentar com um estilo de jogo ‘gigante’. A formação titular pode não ser fixa, e Jason Kidd tem outras opções de escalação, como Irving-Exum-Christie-Flagg-Davis ou Russell-Marshall-Flagg-Washington-Lively. A flexibilidade do elenco, com contratos vantajosos para Gafford, Washington e Lively, permite negociar jogadores caso o tamanho se torne um empecilho.
O cético finaliza: A possibilidade de negociar Dereck Lively II seria uma decisão equivocada. A construção do elenco sugere uma inclinação a favorecer Anthony Davis na posição de ala-pivô, apesar de sua eficácia como pivô. A organização parece mais focada em Davis, de 32 anos, do que em construir em torno de Cooper Flagg, o novo rosto da franquia.
Fonte: CBS Sports