Corinthians: Consultoria aponta contratos lesivos e sugere recuperação judicial

Consultoria EY aponta contratos lesivos ao Corinthians e sugere recuperação judicial como alternativa para sanar dívida bilionária.
Parque São Jorge, sede social do Corinthians, em foto externa. Parque São Jorge, sede social do Corinthians, em foto externa.

A consultoria Ernst & Young (EY) apresentou relatórios que confirmam a grave situação financeira do Corinthians, apontando contratos com cláusulas prejudiciais ao clube e indicando a Recuperação Judicial como uma das alternativas possíveis para lidar com a crise financeira. A dívida do clube ultrapassa os R$ 2 bilhões, com estimativas atuais chegando a R$ 2,7 bilhões.

Relatórios da EY detalham a crise financeira

Os executivos da EY apresentaram as conclusões de suas análises financeiras e contratuais aos diretores e ao presidente Osmar Stabile. Embora os detalhes dos documentos não tenham sido tornados públicos, as reuniões revelaram que a consultoria identificou diversas frentes de atuação para otimização das finanças, com potencial de gerar R$ 84 milhões anuais em economia e aumento de arrecadação.

A consultoria sugeriu que, ao seguir estas indicações, o clube poderia reduzir a relação entre a dívida e a geração de caixa de 12 para 7, demonstrando uma melhora significativa. No entanto, o relatório reforça a necessidade de aderir ao Regime Centralizado de Execuções (RCE) ou buscar planos de recuperação extrajudicial ou judicial.

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Sede social do Corinthians no Parque São Jorge.

Risco de transfer ban e contratos problemáticos

O Corinthians já enfrenta um cenário financeiro delicado, com um RCE em andamento que totaliza mais de R$ 367 milhões em dívidas, sendo R$ 190 milhões já em processos de execução. A situação é tão crítica que, no passado, a consultoria já alertava sobre o risco de o clube perder a capacidade de honrar compromissos, com possibilidade de Transfer ban.

Adicionalmente, a EY analisou sete contratos do clube e identificou cláusulas consideradas lesivas. Um exemplo citado é a Renovação do contrato de fornecimento de bebidas e alimentos na Neo Química Arena, que se estendeu de 2025 até 2030. Esse acordo é visto como particularmente prejudicial, especialmente com a possibilidade de liberação de venda de bebidas alcoólicas em estádios, o que poderia gerar receitas adicionais não claramente definidas no contrato.

Outro contrato sob análise é o de administração do estacionamento da Neo Química Arena com a Indigo. O acordo atual, que vai até 2028, estipula um faturamento mensal mínimo que se tornou virtualmente impossível de ser alcançado após o período de pandemia, impedindo o Corinthians de receber qualquer valor. A diretoria busca meios para rescindir com a empresa.

Camisa do Corinthians no vestiário.

Posicionamento do Clube e próximas etapas

O Corinthians divulgou uma nota oficial após a apresentação dos relatórios da EY, afirmando que o documento corrobora a situação financeira já conhecida e não apresenta fatos novos. O clube também ressaltou que os contratos analisados, assim como o contrato de consultoria, são protegidos por cláusulas de sigilo e confidencialidade.

A gestão atual busca soluções para reestruturar as finanças e honrar os compromissos, visando evitar novas punições e garantir a sustentabilidade do clube a longo prazo. A recuperação judicial surge como uma das medidas mais drásticas, mas apontada pela consultoria como uma opção viável diante do cenário.

Presidente do Corinthians, Osmar Stabile.

Fonte: Globo Esporte

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