A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) respondeu às declarações de Gustavo Gómez, capitão do Palmeiras, e negou que a comunicação do árbitro Wilton Pereira Sampaio tenha sido desligada durante a partida contra o Flamengo, que terminou com vitória do time carioca por 3 a 2, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro.
Após a derrota, Gustavo Gómez criticou a Arbitragem e acusou Wilton Sampaio de ter desligado o microfone para fazer comentários inapropriados. A informação foi inicialmente veiculada por veículos de imprensa e confirmada por algumas fontes.
“No Brasileirão, não conseguimos vencer (o Flamengo). Mas vencemos em grandes finais (Supercopa do Brasil e Libertadores). São duas grandes equipes. Mas eu fico triste. (Wilton) Sampaio é um dos mais soberbos do futebol mundial. Estou há quase oito anos aqui. Ele tem algo com o sucesso do Palmeiras. Fico triste com isso. Ele fechou o microfone para falar besteira para mim. Eu tenho código: o que acontece no campo fica em campo. Não vou falar”, declarou o zagueiro paraguaio. 
Em contato com a reportagem, a CBF esclareceu que os árbitros não têm permissão para manusear o equipamento de comunicação durante os jogos. A responsabilidade pela instalação e controle do sistema é exclusiva dos técnicos da Hawk Eye, empresa responsável por gerenciar o áudio das partidas.
Reclamações de Gómez e embate entre clubes
A principal queixa de Gustavo Gómez envolvia um lance de possível pênalti não marcado no início da partida, após um empurrão que, segundo ele, o impediu de cabecear a bola em um cruzamento. O zagueiro lamentou a decisão da arbitragem.
O diretor de futebol do Flamengo, José Boto, comentou o caso, afirmando que as decisões de Wilton Pereira Sampaio não influenciaram o resultado final. Boto ainda provocou o Palmeiras, sugerindo que o clube “não está acostumado a não ser ajudado”.
“A arbitragem foi uma arbitragem sem casos, não foi a melhor arbitragem. Não foi. Houve muita falta que o árbitro não nos deu e devia ter dado. Três ou quatro faltas feitas em cima do Arrascaeta, feitas quase sempre pelo mesmo jogador, e ele não deu cartão. Agora, se alguém está a reclamar, é porque não está habituado a não ser ajudado”, disse Boto.
O técnico Filipe Luís compartilhou da mesma opinião, declarando que nenhuma equipe foi prejudicada em campo.
“O momento da substituição foi um erro mais nosso do que do árbitro, uma falha de comunicação. Mas não sinto que nenhuma equipe foi prejudicada hoje. E convenhamos, se tem alguém que não pode reclamar de arbitragem é o Palmeiras”, resumiu o treinador.
As declarações de Boto e Filipe Luís provocaram uma reação de Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras. Ele classificou os comentários como “inaceitáveis” e pediu o fim da pressão sobre a arbitragem, visando o bem do futebol brasileiro.
“Diferentemente de alguns clubes, que justificam seus insucessos culpando terceiros, não vamos responsabilizar a arbitragem pelo resultado de hoje. Perder ou ganhar faz parte do jogo, e estou orgulhoso pela forma como nos impusemos fora de casa contra uma grande equipe. Mas não podemos tolerar a hipocrisia.
É inaceitável que o (técnico) Filipe Luís e o (diretor José) Boto sigam fazendo acusações contra o Palmeiras, ainda mais depois de um jogo em que houve erros da arbitragem que favoreceram o Flamengo.
Pelo bem do futebol brasileiro, essa pressão precisa acabar! O que vivemos nos últimos dias foi muito grave e requer uma reflexão de todos”, afirmou o diretor em pronunciamento oficial.
Fonte: LANCE!
