Uma das maiores atuações coletivas da história recente da Libertadores completa um ano nesta quinta-feira. No dia 23 de outubro de 2024, o Botafogo goleou o Peñarol por 5 a 0 em uma semifinal inesquecível no Estádio Nilton santos diante de quase 43 mil torcedores.
A Vitória não apenas encaminhou a vaga na grande final continental, mas também ficou marcada por uma série de acontecimentos dentro e fora de campo. O portal separou cinco fatos que marcaram aquele dia.
Confronto entre torcedores do Peñarol no Rio de Janeiro
Antes mesmo da bola rolar, o clima no Rio de Janeiro era de tensão. No fim da manhã e início da tarde, torcedores do Peñarol protagonizaram cenas lamentáveis de violência e vandalismo na Praia do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste. A confusão começou com brigas envolvendo barraqueiros e frequentadores da praia e se estendeu pelas ruas, com depredação de quiosques, carros, motos e até ônibus. As imagens correram o mundo e até hoje repercutem entre os envolvidos. Ao todo, 283 torcedores do Peñarol foram detidos e levados para duas delegacias. A maioria foi liberada e escoltada para fora do Estado ainda naquela noite, mas 23 uruguaios permaneceram presos, e quatro seguem no Brasil. A tarde violenta contrastaria com o espetáculo que viria a seguir no Nilton Santos.
“FOGO NELES”: O Mosaico que Incendiou o Nilton Santos
Horas depois, o clima no Nilton Santos era outro — de pura festa e expectativa. A torcida alvinegra preparou um mosaico reluzente que cobriu as arquibancadas e estampava a frase “FOGO NELES”, em letras gigantes. O espetáculo visual contou com sinalizadores, balões e grandes faixas, como “É tempo de Botafogo” e “Das cinzas voltar, no Fogo vencer”. A atmosfera era eletrizante e refletia a confiança que tomava conta do clube e dos torcedores.
O gol emocionante de Barboza
O segundo gol da noite teve um toque especial de emoção. O zagueiro Barboza, que vivia uma temporada de afirmação, marcou pela primeira vez com a camisa alvinegra aos 10 minutos do segundo tempo. O lance nasceu após uma cabeçada de Igor Jesus, que desviou para o meio da área. Filho de uruguaio, o defensor viveu uma noite especial ao balançar a rede justamente contra o time do pai, Esteban Barboza. Após a partida, o jogador se emocionou e dedicou o gol à família.
“Chegou (o primeiro gol), eu procurei muito. É a gente que não está comigo aqui, está no céu, e queria fazer por eles. Hoje, chegou e estou muito feliz”, disse Barboza, com lágrimas nos olhos, em entrevista logo depois do fim do jogo.
A goleada histórica em 28 minutos
O Botafogo precisou de apenas um tempo para escrever uma das atuações mais arrasadoras da história do torneio. Depois de uma primeira etapa sem gols, o time de Artur Jorge voltou do intervalo em outro ritmo — e atropelou. Em apenas 28 minutos, o Alvinegro marcou cinco vezes: Savarino abriu o placar aos 5 minutos, Barboza ampliou aos 10, Savarino fez o segundo dele aos 20 (com colaboração do goleiro Aguerre), Luiz Henrique marcou um golaço aos 27, e Igor Jesus fechou a conta aos 33. O segundo tempo foi um vendaval do Botafogo.
Luiz Henrique, o dono da noite
Se o time brilhou coletivamente, Luiz Henrique foi o grande nome individual da goleada. Atuação completa: assistências, dribles e um gol que levou o Nilton Santos ao delírio. Foi dele o passe para o primeiro gol da partida, de Savarino, aos cinco minutos. O gol desestabilizou o time visitante, que passou a dar muitos espaços na frente de sua área. Aos 27 minutos do segundo tempo, o camisa 7 marcou um golaço, aproveitando a sobra de Igor Jesus e encobrindo Aguerre. Aquela noite consolidou Luiz Henrique como um dos protagonistas da campanha histórica do Botafogo.
A vitória por 5 a 0 sobre o Peñarol completa um ano nesta quinta-feira e segue lembrada como uma das atuações mais marcantes do Botafogo na Libertadores, pela importância, pelo desempenho em campo e pelo ambiente criado no Estádio Nilton Santos.
Fonte: Globo Esporte