A Defesa do Liverpool se tornou um problema maior para o técnico Arne Slot do que a dificuldade em fazer seus atacantes, como Alexander Isak e Mohamed Salah, marcarem Gols. A fragilidade defensiva tem sido um ponto de atenção crescente para a equipe.






Análise da Partida e Destaques Individuais
Apesar de Isak ter sido o centroavante mais caro da história do Liverpool, com um custo de £125 milhões, sua atuação ao lado de Mohamed Salah no banco de reservas, enquanto o time buscava um empate contra o Manchester United, evidenciou a preocupação com a retaguarda. Slot frisou a necessidade de julgar Isak de forma justa, mas o desempenho defensivo da equipe foi o principal ponto de crítica no Anfield.
Embora Isak tenha sido discreto na posição de número 9 e Salah tenha continuado sua sequência de atuações abaixo do esperado contra o Manchester United, o time criou diversas chances claras. O atacante sueco registrou seu primeiro chute a gol na partida aos 35 minutos, sendo defendido pelo goleiro do Manchester United, Senne Lammens. Salah, por sua vez, desperdiçou uma oportunidade clara no segundo tempo. Cody Gakpo também acertou a trave em três oportunidades e não conseguiu marcar momentos antes do gol decisivo de Harry Maguire.
Fragilidade Defensiva Comprometendo Resultados
Slot lamentou a derrota, considerando impossível perder um jogo com tantas chances criadas. No entanto, a defesa instável permitiu ao Manchester United tomar a iniciativa e conquistar sua primeira vitória no Anfield desde janeiro de 2016. Falhas recorrentes, incluindo um gol sofrido em jogada de bola parada — um problema que a comissão técnica vinha trabalhando para erradicar após a pausa para jogos de seleções — minaram a recuperação do time no segundo tempo e custaram o resultado.
A derrota marcou a quarta seguida do Liverpool sob o comando de Arne Slot, algo que não acontecia desde novembro de 2014, com Brendan Rodgers. A equipe conseguiu o empate com Gakpo após o gol inicial de Bryan Mbeumo, mas a esperança de uma virada tardia foi frustrada. Com os substitutos Hugo Ekitiké, Curtis Jones e Federico Chiesa injetando mais dinamismo, o time parecia ter o ímpeto a seu favor. Contudo, a reincidência nas falhas em bolas paradas permitiu que Maguire marcasse o gol da vitória aos 84 minutos, aproveitando a falta de marcação sobre ele e outros dois jogadores do Manchester United.
Análise Detalhada dos Gols e Falhas
O gol de abertura de Mbeumo, aos 62 segundos, expôs a falta de organização defensiva do Liverpool desde o início. A falha de Virgil van Dijk em conseguir um bom cabeceio inicial, possivelmente devido à necessidade de disputar a bola com dois adversários, e a falta de pressão sobre Bruno Fernandes quando ele acionou Amad Diallo em espaço aberto pela direita, foram pontos cruciais. Milos Kerkez demorou a reagir, Van Dijk teve lentidão no recuo, e Giorgi Mamardashvili, substituto do lesionado Alisson, foi facilmente batido no ângulo.
Apesar de Slot poder apontar para uma possível falta de apito do árbitro Michael Oliver, com quem tem um histórico controverso, a concentração e comunicação entre seus defensores foram questionáveis. O gol de Mbeumo elevou para cinco o número de gols sofridos em bolas paradas na Premier League nesta temporada, sendo o último contra o Burnley, oito partidas atrás.
O Manchester United explorou repetidamente o flanco esquerdo do Liverpool no primeiro tempo. A estratégia de acionar Diallo cedo contra Kerkez foi um plano de jogo bem executado por parte de Ruben Amorim, resultando em sucesso em diversas ocasiões. Para Kerkez, o jogador de £40 milhões contratado do Bournemouth, foi mais uma noite difícil com a camisa do Liverpool, apresentando problemas até mesmo nos arremessos laterais. A falta de sintonia entre Kerkez e Van Dijk foi evidente.
“Nós assumimos muitos riscos”, explicou Slot após a partida. “Após os 62 minutos, tínhamos seis ou sete jogadores ofensivos em campo. Talvez seja por isso que nossa estrutura em bolas paradas não foi tão perfeita quanto o normal. Geralmente, teríamos mais jogadores defensivos em campo. Talvez seja coincidência, mas não é desculpa. Sabemos que temos que melhorar.”


Fonte: The Guardian