Após uma intensa série de playoffs contra o Golden State Warriors em 2023, parecia que o Sacramento Kings havia finalmente escapado da mediocridade que cercava a franquia. A equipe quebrou a maior seca de playoffs da história da América do Norte, terminou com o melhor rating ofensivo da história da NBA e possuía uma direção clara com o Técnico Mike Brown e as estrelas De’Aaron Fox e Domantas Sabonis.



No entanto, desde aquele momento, a maioria das transações da franquia, especialmente a recente assinatura de Russell Westbrook, ex-MVP da liga, indicam um caminho errado para Sacramento. O Elenco atual demonstra falta de equilíbrio e não faz sentido estratégico.
Uma metáfora para descrever o atual Elenco do Sacramento Kings, que possui um excesso de armadores e pouquíssimos alas jogáveis, é um buffet livre. Embora ter diversas opções pareça ótimo, a combinação de pratos pode não ser harmoniosa. É exatamente assim que o Elenco dos Kings se apresenta: peças que funcionariam individualmente em outras equipes, mas que juntas causam estranhamento.

Russell Westbrook, que já passou por cinco equipes desde 2019, se aproxima do fim de sua carreira. Apesar de sua liderança e capacidade de dar energia ao time vindo do banco, sua contratação levanta dúvidas para uma equipe que já possui um grande número de armadores.
Sacramento iniciou a offseason sem um armador de ofício, embora Westbrook ainda se encaixe nesse papel. Os Kings contrataram Dennis Schröder por três anos após uma troca com o Detroit Pistons, negociação que se arrastou devido ao forte interesse de Sacramento em Jonathan Kuminga, jogador restrito.
Com Westbrook, Schröder, Malik Monk, DeMar DeRozan e Zach LaVine – principal nome da troca que enviou Fox para o San Antonio Spurs na última janela de transferências – os Kings parecem focados em disputar uma vaga no play-in, em vez de resolverem as questões de encaixe no elenco e desenvolvimento de jovens talentos.
Sacramento tem odds de +185 para alcançar o Play-In, com as sextas melhores chances atrás de equipes como Spurs, Mavericks, Grizzlies, Lakers e Warriors.
Qual rumo o Sacramento deve tomar?
Voltando ao inverno de 2022, antes do prazo de trocas daquela temporada, os Kings tinham um excesso de armadores com Tyrese Haliburton, Davion Mitchell e De’Aaron Fox. O encaixe entre Haliburton e Fox nunca funcionou totalmente, o que contribuiu para a decisão da diretoria de trocar Haliburton para o Indiana Pacers em troca de Domantas Sabonis.
O problema, evidenciado desde a eliminação nos playoffs em 2023, é que os Kings falharam em fazer movimentos decisivos sob o comando do ex-general manager Monte McNair. A equipe foi associada a diversos alvos de troca, como OG Anunoby, Pascal Siakam, Lauri Markkanen e Alex Caruso. Todos esses nomes preencheriam uma necessidade clara de alas, ao lado de Keegan Murray, que está fora por pelo menos quatro a seis semanas após cirurgia no polegar.

Essa falta de ação contrasta com a ousadia do Houston Rockets em negociar por Kevin Durant. Após uma virada notável que os levou à segunda posição na Conferência Oeste, Houston fortaleceu seu elenco com o objetivo de competir pelo título.
Sem Keegan Murray, os Kings não possuem um substituto de nível de titular no elenco. Embora DeRozan ou o calouro Nique Clifford pudessem atuar como ala-pivô, ambos seriam subdimensionados e superados fisicamente.
É por isso que a diretoria estava tão interessada em unir Murray com Kuminga no garrafão. Sacramento teria dois alas para construir o futuro, cujas habilidades se complementariam. Kuminga, que pode ser trocado pelos Warriors em janeiro de 2026, seria o jogador mais jovem do elenco dos Kings.
A direção que Sacramento deveria tomar é clara e simples, algo que o proprietário Vivek Ranadivé não tem demonstrado disposição desde 2013: reconstruir.
O Draft da NBA de 2026 promete ser forte, e os Kings (exceto por uma troca de escolhas em 2031 com os Spurs) possuem todas as suas futuras escolhas de primeira rodada. AJ Dybantsa (BYU), Darryn Peterson (Kansas) e Cameron Boozer (Duke) são nomes notáveis, além de outros como Nate Ament (Tennessee) e Mikel Brown Jr. (Louisville).
Esses jogadores dariam a Sacramento um verdadeiro bloco de construção e uma direção clara para a temporada 2026-27 e além. No entanto, a assinatura de Westbrook sinaliza que os Kings não estão prontos para dar esse passo fundamental.

Em vez de dar minutos substanciais para jogadores como Devin Carter, Keon Ellis, Clifford, Murray e outras peças jovens, eles provavelmente terão papéis menores, com os veteranos liderando a busca por uma vaga no play-in.
A contratação de Westbrook pelo salário mínimo não é o problema. Na verdade, a maioria das decisões que colocaram a equipe nesta posição foram de Scott Perry, o predecessor do atual general manager. Perry, com experiência em reconstruir elencos, se vê novamente em uma situação difícil com um elenco caro e sem identidade clara.
Com uma semana antes do início da temporada contra o Phoenix Suns, o Sacramento Kings possui um elenco que não faz sentido e sem uma resolução aparente. Se o objetivo de Ranadivé é encher a arena com contratações de alto impacto, então a assinatura de Westbrook cumpre a missão e o objetivo de curto prazo.
Fonte: CBS Sports