A Premier League, principal liga de futebol da Inglaterra, tem registrado jogos mais extensos, porém com uma quantidade menor de tempo em que a bola está efetivamente em jogo. Dados da temporada 2025-26 indicam uma média de apenas 55 minutos de bola rolando por partida, uma queda em relação aos 56 minutos e 59 segundos da temporada anterior.






Análise do Tempo de Bola em Jogo na Premier League
Embora o tempo total de jogo tenha aumentado, com partidas chegando a uma média de 100 minutos e 35 segundos, a bola fica parada por mais tempo. Os torcedores enfrentam quase dois minutos a menos de ação efetiva, com cerca de 2 minutos e 50 segundos a mais em esperas por reinícios. Isso se traduz em 45 minutos e 35 segundos de pausas por jogo, o equivalente a um episódio do programa ‘Countdown’. A porcentagem de tempo com bola em jogo nesta temporada é de 54,7%, a menor dos últimos 10 anos completos.

Times com Mais e Menos Ação em Campo
Surpreendentemente, o Leeds, recém-promovido, lidera a liga em tempo de bola em jogo, com uma média de 56 minutos e 48 segundos (57,5% do tempo total). Em contrapartida, os jogos do Newcastle apresentam a menor proporção de ação, com 52,3% (53 minutos e 9 segundos). Chelsea (52,6%) e Manchester United (52,7%) também figuram entre os times com menos tempo de bola rolando em suas partidas.
Uma partida específica que contribuiu para a queda nos números do Newcastle foi o duelo de cinco gols contra o Liverpool. Apesar de ter 109 minutos e 24 segundos de duração, a bola ficou em jogo por apenas 45 minutos e 55 segundos (42%). A partida registrou 31 faltas, o que gerou 27 minutos e 7 segundos de atrasos, com uma média de 67 segundos por falta, 10 segundos a mais que qualquer outra equipe.

Lentidão nas Bolas Paradas: Quem são os Vilões?
O Sunderland é o time que mais demora para executar escanteios, com quase 50 segundos por cobrança. O Arsenal, vice-líder nesta estatística, já tomou mais escanteios que qualquer outra equipe (53), totalizando 40 minutos e 6 segundos dedicados apenas a essas paralisações. O jogo contra o Newcastle, com 19 escanteios, registrou 12 minutos e 14 segundos em atrasos para essas cobranças.
Por outro lado, Wolves e Manchester City são os mais rápidos em seus escanteios, com média inferior a 30 segundos. Curiosamente, não há uma correlação clara entre o tempo gasto e a eficácia: o Arsenal, que demora mais, lidera em gols de escanteio (seis), enquanto o Chelsea, com um tempo menor, ocupa a segunda posição (cinco).
Comparado à temporada anterior, as equipes em geral gastam mais tempo em escanteios, tiros de meta e arremessos laterais. Os arremessos laterais, em particular, subiram de 15,6 para 17,7 segundos. Os tiros de meta também aumentaram de 28,3 para 30,3 segundos. A maior variação está nos escanteios, que agora levam em média 36,9 segundos, um salto de 3,3 segundos. Se o número de escanteios se mantiver, a liga pode gastar mais de três horas adicionais em espera por cobranças.

O Brentford se destaca no tempo gasto em arremessos laterais, com quase quatro segundos a mais que os demais, devido à frequência de lançamentos longos. Já o Wolves é o mais rápido, com 12,7 segundos por arremesso.
No quesito tiros de meta, o Sunderland é o mais lento (36,7 segundos), enquanto o Nottingham Forest, que era o mais lento na temporada passada, agora é o mais rápido (26,2 segundos).
Conclusão: Mais Tempo, Menos Futebol
A análise geral mostra que, apesar dos jogos mais longos, os fãs da Premier League estão vendo menos ação efetiva. A média de tempo para reinício de jogo, considerando todas as paralisações, é de 33,5 segundos para o Brentford, seguido por Burnley (32,7s) e Sunderland (32,3s). O Wolves é o mais ágil em retomar o jogo, com 24,1 segundos.
Em suma, a Premier League vive um paradoxo: jogos mais longos, mas com uma quantidade reduzida de futebol jogado. A espera por reinícios e a duração das paralisações diminuem o espetáculo, apesar da duração estendida das partidas.
Fonte: The Guardian