A aprovação do plano de Recuperação Judicial do Vasco, sacramentada em assembleia realizada em outubro de 2025, enfrenta uma série de impugnações e ressalvas apresentadas por credores, especialmente da classe trabalhista. Documentos encaminhados à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro apontam possíveis irregularidades na condução da assembleia e tratamento desigual entre credores da mesma categoria.
Impugnações e Pedidos Judiciais
Um termo de impugnação na Justiça é representado por sete credores, incluindo credores trabalhistas e a Sociedade Individual de Advocacia Vanessa Lima. Outro pedido é assinado pelo advogado Marcus Vinicius Miranda Fernandes, representando o ex-Volante Wendel. O Vasco deve R$ 19.941.940,74 a Wendel, maior credor trabalhista do clube. O representante do ex-atleta questionou a condução da assembleia, alegando falta de quórum e tratamento desigual, além de criticar o plano aditivo apresentado um dia antes.
Protesto de Valdir Bigode e Posicionamento do Bradesco
A assembleia também foi marcada pelo discurso de Valdir Bigode, ex-Atacante do clube, que inicialmente cobrou a revisão do plano de pagamento. Em nota aos administradores judiciais, seu advogado questionou o tratamento recebido, afirmando que o voto de Valdir refletiu resignação diante da falta de alternativas, não concordância com o plano, que foi classificado como “horroroso”.
O Banco Bradesco, um dos credores que votou contra o plano, discordou de cláusulas que tratam de novação de dívidas e extinção de exigibilidade de créditos, além da supressão de garantias reais e fidejussórias. O banco também questionou a previsão de alienação de ativos e modificações no plano após a homologação, apontando divergências com a lei.
Críticas ao Procedimento da Assembleia
As contestações judiciais também abordam o procedimento de votação na Assembleia Geral de Credores. As impugnações citam que o plano aditivo foi apresentado na véspera, impossibilitando análise adequada. Os advogados pediram o registro da gravação da assembleia e que a juíza avalie a validade da votação, além da possibilidade de excluir votos de credores com representação irregular.
O Vasco segue em processo de reestruturação financeira, e as decisões judiciais sobre estas impugnações podem impactar o futuro do clube.
Fonte: Globo Esporte