Titans demitem Brian Callahan: Fracasso na continuidade organizacional

O Tennessee Titans demitiu o Técnico Brian Callahan na segunda-feira (data do artigo), após um início de temporada com apenas uma Vitória em seis jogos. A decisão, embora necessária, reflete um problema recorrente na franquia em relação à continuidade organizacional, especialmente na sincronia entre o general manager, o técnico e o quarterback.

Crise Ofensiva Sob Callahan

O ataque, que deveria ser o ponto forte de Callahan, foi um caos durante toda a sua passagem pelo time. A equipe tennesseana figurou entre as piores da liga em jardas e pontos, com um baixo desempenho em EPA por jogada. Nesta temporada, a situação se agravou, com o time ocupando as últimas posições em jardas por partida, pontos por partida e EPA por jogada. O desempenho do ataque aéreo e terrestre foi consistentemente fraco, independentemente de quem estivesse no comando do Quarterback, seja Will Levis, Mason Rudolph ou Cam Ward.

Gestão de Jogo e Erros Cruciais

Além dos problemas ofensivos, a gestão de jogo de Callahan foi questionada. Em diversas ocasiões, ele adotou uma postura conservadora que custou pontos importantes à equipe. Um exemplo ocorreu contra o Denver Broncos, onde três jogadas de passe consecutivas resultaram na perda da posse de bola e em um touchdown para o adversário, impedindo que os Titans levassem uma vantagem surpreendente para o intervalo.

Outro ponto de crítica foi a falha em não desafiar uma jogada em que o recebedor Elic Ayomanor demonstrou potencial para um ganho significativo. Callahan alegou ter se confundido com as regras, mas a falta de percepção em tempo real foi crucial. Contra o Indianapolis Colts, a indecisão em optar por um field goal em uma situação de quarta descida para uma jarda, seguida por uma penalidade de atraso de jogo, resultou em um erro que permitiu aos Colts empatarem a partida.

O Ciclo de Instabilidade na Franquia

O ponto central da questão é o ciclo vicioso em que os Titans se encontram. Desde 2022, a franquia tem alternado entre técnicos e general managers, sem conseguir estabelecer uma linha de trabalho consistente. A saída de Jon Robinson e a chegada de Ran Carthon, seguida pela demissão de Mike Vrabel e a Contratação de Callahan, e agora a demissão de Callahan após a contratação de Mike Borgonzi como novo GM, ilustra essa instabilidade.

Paralelamente, a posição de quarterback tem sido um ponto de interrogação. Após a era Ryan Tannehill, a equipe apostou em Malik Willis e Will Levis, com resultados aquém do esperado. A escolha do quarterback Ward com a primeira escolha geral do draft em 2024 também se deu em um contexto de instabilidade ofensiva, com uma linha ofensiva frágil e um sistema que não favorece o desenvolvimento do jogador.

Essa falta de alinhamento temporal entre as figuras-chave da organização – o general manager, o treinador e o quarterback – tem levado a um desempenho insatisfatório e a uma imagem de desorganização. A contratação de novos comandantes sem que eles tenham escolhido o quarterback com quem trabalhar agrava o cenário.

Fonte: CBS Sports