Aos 46 anos, a ex-jogadora Formiga ainda mantém o desejo de ter uma Despedida oficial pelo São Paulo, clube de seu coração e pelo qual atuou até o final de 2022. A lendária meio-campista se aposentou dos gramados aos 44 anos, mas a decisão de encerrar a carreira não partiu dela.
Em Entrevista recente, Formiga revelou que a aposentadoria não foi um desejo pessoal no momento, mas sim uma imposição de terceiros. “Não era o momento que eu ia parar de jogar. Infelizmente, encontrei pessoas no caminho que me aposentaram. Não continuei por causa de terceiros”, declarou.
O sonho da despedida no Tricolor Paulista
Formiga retornou ao São Paulo em 2022, mas, segundo ela, a estrutura encontrada não era a ideal. Apesar da decepção, ela já estava preparada para a possibilidade de não ter uma despedida formal pelo clube. “Ia para o Cruzeiro (após a saída do São Paulo), mas não deu certo por conta de terceiros. Lógico que eu queria jogar um último jogo, a ideia era juntar meninas de quando comecei e fazer uma mescla com o elenco. Espero que um dia possa acontecer como algo festivo”, expressou a ex-jogadora.
A única partida de despedida oficial que Formiga teve foi pela Seleção Brasileira, em novembro de 2021, em um amistoso contra a Índia em Manaus. No entanto, ela lamenta que a partida não tenha contado com a presença de jogadoras importantes de sua trajetória.
Carreira e legado no futebol feminino
A ex-meio-campista expressou o desejo de ter realizado uma partida que reunisse jogadoras de diferentes gerações com as quais atuou pela Seleção Brasileira. “Queria um jogo da seleção brasileira com um pouco de cada jogadora que peguei nos anos que vestia a camisa. Com as meninas de 1990, 2000, 2005 e as mais novas. Tentei mesclar essa história, fazer algo bacana”, contou.
Apesar de não ter tido a despedida sonhada nos clubes, Formiga segue ativa e com planos para o futuro do futebol feminino no Brasil. Seu objetivo é investir nas categorias de base, viajar pelo país para incentivar mais mulheres a ingressarem no esporte e criar projetos que ofereçam estrutura e respeito para jovens atletas.
Formiga mira projetos sociais e combate ao racismo
“Quero viajar o país tentando levar sentido para as mulheres entrarem nesses espaços, porque muitas acham que ainda não pertencem. Precisamos resgatar as crianças, quero um projeto para montar uma equipe em escolas e trazer a questão do respeito. Quero ajudar meninas em situações que elas precisem de ajuda fora dos clubes, como com empresários. Existe tanta coisa errada”, desabafou.
A ex-jogadora também se dedica à luta contra o racismo no esporte, colaborando com a FIFA no desenvolvimento de um grupo voltado para o combate ao preconceito e a promoção do respeito. Ela acredita no poder transformador do esporte para salvar jovens e crianças.
“O esporte transformou minha vida, me trouxe valores. Acredito que dá para salvar crianças e jovens do mundo que estamos vivendo hoje.”, afirmou.
A visão de Formiga é clara: utilizar sua experiência e influência para garantir que as novas gerações de atletas tenham um caminho mais justo e digno no futebol feminino, evitando as dificuldades que ela própria enfrentou.
Fonte: Globo Esporte