Sob o comando de Carlo Ancelotti, a Seleção Brasileira apresentou um espetáculo coletivo em um amistoso, contrastando com as abordagens individuais de décadas anteriores. O time vestiu a camisa amarela com uma identidade de conjunto, onde o virtuosismo se manifestou através da organização tática e da intensidade, em vez de depender apenas de craques isolados.

O time mostrou-se incansável em campo, pressionando a Coreia do Sul e dominando o adversário, que é uma das três melhores seleções asiáticas. O público, encantado com a performance, questionou onde estava essa intensidade e organização coletiva em jogos anteriores. A última grande apresentação com características similares pode remeter à Copa do Mundo de 1982 ou ao time tricampeão mundial de 1970, praticando o que se chama de “Futebol Total”. A atuação durante o primeiro tempo foi comparada a uma “jazz band dos sonhos”, com jogadores demonstrando controle e execução precisa.
Seleção Brasileira pressiona e encanta sob o comando de Ancelotti
A equipe manteve a pressão alta mesmo com uma vantagem considerável no placar. Aos 12 minutos do segundo tempo, o Brasil vencia o amistoso contra a Coreia do Sul por 4 a 0 e continuava a amassar o adversário, demonstrando uma mentalidade vencedora e uma fome de jogo que pouco se via. Carlo Ancelotti, à beira do campo, exibia um semblante de satisfação, um sorriso que remetia a momentos de pura inspiração musical, onde a arte se funde com a performance.
A atuação dos jogadores, como Vini, Raphinha e Matheus, foi descrita como a de pedreiros, marceneiros e pintores trabalhando juntos na construção de uma casa, cada um com sua especialidade, mas em perfeita sintonia. A magia do jogo continuou até os 32 minutos do segundo tempo, com o placar em 5 a 0, momento em que Ancelotti começou a promover substituições, alterando a dinâmica da equipe. A partida reafirmou a concepção de um time jogando em alto nível, com garra e coletividade, um time que parece nascer forte e no momento certo.
Essa performance coletiva e envolvente da Seleção Brasileira se contrapõe a outros eventos noticiados no mesmo período. Em Santiago, no Chile, foi definida a sede dos Jogos Pan-Americanos de 2031, que acontecerão em Assunção, no Paraguai. A candidatura brasileira, que previa sediar o evento no Rio de Janeiro e Niterói, foi preterida. A decisão gerou questionamentos sobre a solidez do projeto apresentado pelo Brasil, que parecia carecer de conteúdo prático e concreto, contrastando com a candidatura paraguaia, que se baseava em fatos e projetos esportivos consistentes.

A candidatura brasileira, que se baseava em imagens de praias e locais de prova, muitos já obsoletos, não convenceu. Diferentemente, Assunção apresentou leis, projetos esportivos funcionais e um plano consistente. A lição parece clara: a preparação real e a solidez dos projetos prevalecem sobre a apresentação de belas imagens e promessas muitas vezes esquecidas, como a despoluição da Baía da Guanabara ou a criação da Linha 3 do Metrô do Rio.
Fonte: LANCE!