Vasco: Plano de Recuperação Judicial Aprovado com Mudanças e Nova Obrigação para Investidor

Plano de recuperação judicial do Vasco é aprovado após assembleia. Mudanças no plano e novas obrigações para investidores definem futuro financeiro do clube.
Bandeira do Vasco em São Januário, símbolo do clube. Bandeira do Vasco em São Januário, símbolo do clube.

O Vasco conseguiu a aprovação de seu plano de Recuperação Judicial em Assembleia de Credores, realizada na última quinta-feira. A votação, que se estendeu por mais de seis horas, terminou com 97,7% dos votos a favor da proposta, após alterações realizadas na madrugada anterior e durante a própria reunião terem sido cruciais para convencer a maioria dos representantes. A versão inicial do plano previa tratamento distinto para credores “colaboradores” e “não colaboradores”, com estes últimos recebendo apenas 8% do valor nominal da dívida.

Mudanças Cruciais no Plano

A proposta inicial do Vasco para o pagamento de dívidas trabalhistas enfrentava resistência. No entanto, um segundo aditivo recebido poucas minutos após a meia-noite de quinta-feira introduziu novas condições. Entre as modificações, destacou-se a inclusão da possibilidade de novas mediações para processos trabalhistas (Classe I) com teto de até R$ 1,5 milhão. Esses valores seriam pagos em parcelas trimestrais ao longo de oito anos, com correção pelo IPCA e juros de 2% ao ano. Essas alterações foram fundamentais para angariar os votos necessários, especialmente entre credores com créditos menores.

Bandeira do Vasco em São Januário.

Marcus Vinicius Fernandes, advogado do ex-jogador Wendel – o maior credor trabalhista do clube –, expressou insatisfação com as condições iniciais, destacando o crédito de R$ 19.941.940,74 do seu cliente. Houve inclusive um pedido de suspensão da assembleia para análise mais aprofundada. Após um pedido de suspensão e um desabafo emocionado de Valdir Bigode, que cobrou a presença do presidente Pedrinho, a reunião foi paralisada por uma hora. Durante esse intervalo, novas negociações ocorreram, resultando em uma alternativa adicional: o recebimento em 12 anos com correção pela TR e teto de R$ 5 milhões por credor. Aqueles com valores superiores teriam que abrir mão do excedente. Os credores que não aderissem a nenhuma opção receberiam em parcela única com deságio de 92%.

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Obrigações para Futuros Investidores

Um ponto crucial definido no plano de Recuperação Judicial é a obrigação para qualquer futuro investidor da SAF do Vasco. O texto aprovado determina que o novo acionista deverá cumprir integralmente as obrigações estabelecidas no plano de recuperação. Com a homologação judicial, o adquirente das ações assumirá automaticamente as responsabilidades pelo pagamento das dívidas. O descumprimento dessas obrigações poderá levar à decretação de falência do clube.

Assembleia de credores do Vasco aprovou o plano de recuperação judicial.

Leonardo Laporta, advogado que representa dez ex-jogadores credores, avaliou o plano como minimamente satisfatório para a Classe I, ressaltando que sem os aditivos e melhorias propostas durante a assembleia, a reprovação seria provável. A aprovação do plano é um passo importante para a reestruturação financeira do clube e para atrair potenciais investidores para a Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Fonte: Globo Esporte

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