A Uefa anunciou que permitirá a realização de uma partida oficial do Campeonato Italiano entre Milan e Como em Miami, nos Estados Unidos, e outro confronto em Perth, na Austrália. A decisão, que visa explorar novos mercados e lucrar com a globalização do Futebol, tem gerado críticas de organizações de torcedores.






Jogo do Milan em Perth: controvérsia
A permissão para que um jogo do Milan seja disputado a milhares de quilômetros de sua cidade natal, Milão, levanta questionamentos sobre a integridade das competições nacionais. Clubes europeus, em busca de competir financeiramente com a elite da Premier League, veem nessas novas oportunidades uma forma de aumentar suas receitas, mas correm o risco de “vender a alma”.
A decisão da Uefa segue um acordo extrajudicial com um promotor de esportes dos EUA, que argumentava contra as restrições geográficas para a realização de partidas. Para os clubes europeus, o acesso a mercados globais representa uma tentação financeira significativa.

Impacto nos torcedores e competições
O fã tradicional, que vê o clube como um ativo comunitário e um símbolo de identidade, é o último a ser considerado nesse cenário de hipermonetização do futebol. A realização de jogos como a Supercopa da Espanha e da Itália na Arábia Saudita, assim como a provável alta nos preços de ingressos para a Copa do Mundo de 2026, exemplificam essa tendência.
A Premier League inglesa, embora tenha considerado a ideia de realizar partidas adicionais fora do país, optou por se distanciar da proposta. A Uefa, por sua vez, comprometeu-se a atualizar as regras para “preservar a integridade das competições domésticas e o forte vínculo entre clubes, seus torcedores e as comunidades locais”.
O desafio de jogar “fora de casa” é parte intrínseca do futebol, mas a necessidade de embarcar em um voo intercontinental para assistir a um jogo da liga nacional não deve se tornar a norma.
Fonte: The Guardian