O zagueiro Marc Guéhi, do Crystal Palace, superou momentos de dúvida e garantiu a confiança do técnico Thomas Tuchel, assegurando sua vaga na Seleção Inglesa. Após se destacar na Eurocopa de 2024 e manter seu status sob o comando interino de Lee Carsley, Guéhi enfrentou um novo cenário com a chegada de Tuchel.






A Chegada de Thomas Tuchel e os Primeiros Desafios
A nomeação de Thomas Tuchel como novo treinador trouxe incertezas para Guéhi, especialmente considerando que foi o próprio Tuchel quem autorizou a venda do jogador do Chelsea para o Crystal Palace em 2021. A ausência de Guéhi na Escalação titular para o primeiro jogo de Tuchel contra a Albânia, como substituto não utilizado, intensificou essas preocupações.
“É natural que todo jogador questione isso”, admitiu Guéhi, refletindo sobre a incerteza com a mudança de comando. “Um novo Técnico chegando… quem sabe como será o time, quem jogará?”
No entanto, Guéhi demonstrou resiliência, mantendo o foco no presente. Essa postura foi crucial durante um período turbulento no final da janela de transferências, quando o presidente do Crystal Palace, Steve Parish, bloqueou sua transferência para o Liverpool.

O Ponto de Virada e a Confiança Renovada
O zagueiro se apresentou para os jogos seguintes da Seleção Inglesa contra Andorra e Sérvia, treinando intensamente e sem demonstrar qualquer turbulência interna. Essa fase é vista como um ponto de virada, onde Guéhi conquistou a confiança de Tuchel, sendo titular em ambas as partidas. Sua performance na vitória por 5 a 0 contra a Sérvia, incluindo seu primeiro Gol internacional, foi particularmente notável.
“O que o Técnico tem feito é demonstrar muita fé em cada um de nós”, declarou Guéhi. “Sempre que temos a oportunidade, queremos mostrar do que somos capazes.”
Construindo uma “Irmandade” na Seleção Inglesa
A fé é um tema recorrente, refletindo a origem de Guéhi, filho de um ministro religioso. Para os próximos compromissos contra o País de Gales e Letônia, Tuchel manteve a base de jogadores que iniciaram sua gestão, reforçando a ideia de continuidade e recompensa pelo desempenho.
A decisão de Tuchel em manter a equipe coesa, mesmo com o retorno de jogadores como Jude Bellingham e Phil Foden, tem gerado discussões. No entanto, o foco do técnico está em recompensar a equipe que demonstrou comprometimento, valorizando o bom companheirismo e a lealdade acima de reputações.
Essa abordagem contrasta com o passado, como revelado por Steven Gerrard em entrevista recente, que descreveu a antiga geração de ouro da Inglaterra como egocêntrica e fragmentada. Tuchel busca construir uma “irmandade” no elenco, como ele mesmo definiu antes de seu primeiro jogo.
“Não há animosidade entre ninguém”, afirmou Guéhi. “Somos, como dizemos quando estamos aqui, Team England. Deixamos para trás o que aconteceu no passado ou o que está acontecendo na temporada. Viemos aqui, estes são seus melhores amigos, seus companheiros de equipe, os caras com quem você vai para a guerra.”

Expectativas para os Próximos Jogos
Diante do País de Gales, Tuchel espera uma atuação que empolgue a torcida em Wembley. Embora as vitórias anteriores tenham sido sólidas, o treinador busca uma performance mais vibrante, que reforce a confiança e o impulso para as eliminatórias da Copa do Mundo.
“Para mim, preocupar-se é uma emoção humana natural”, concluiu Guéhi, abordando sua experiência inicial. “Mas fui convocado para esta equipe. Significa que o técnico me escolheu para esta oportunidade e, quer eu jogue ou não, continuarei a apoiar a equipe. Preocupar-se pode ser uma perda de tempo. Você não tem muitos dias nesta terra. Prefiro estar animado e focado e ajudar as pessoas que posso, ou a mim mesmo, sendo o melhor que posso ser, em vez de me preocupar.”

Fonte: The Guardian