Miguel Ángel Gil Marín, CEO do Atlético de Madrid e membro do comitê executivo da EFC (European Football Clubs), comentou o cenário do futebol europeu após a assembleia geral em Roma. Ele destacou a união do esporte no continente e a crescente força da associação de clubes.
A assembleia reuniu mais de 800 clubes associados e figuras como Gianni Infantino (FIFA), Aleksander Ceferin (UEFA) e Joan Laporta (FC Barcelona). “A assembleia de Roma, com mais de 800 clubes, escenifica muito bem a grande união do futebol europeu”, afirmou Gil Marín. Ele ressaltou que a EFC, anteriormente ECA, tem aumentado seu número de clubes e peso nas decisões, trabalhando em conjunto com a UEFA.
Gil Marín relembrou a evolução da associação desde o G14 até sua forma atual, enfatizando que a UEFA e a EFC representam “toda a família do Futebol europeu”. Ele citou o aumento da representatividade dos clubes nos organismos de decisão, com “voz e voto” em temas como formatos de competições e controle financeiro.
Ele também mencionou a UC3, uma sociedade criada em parceria 50% entre UEFA e clubes, responsável pela comercialização de competições, Direitos de TV, patrocínios e distribuição econômica. “UC3, a sociedade que hemos creado, al 50%, entre UEFA y los clubes, es la responsable de la comercialización de las distintas competiciones, de la venta de derechos de televisión, de los patrocinios, del reparto económico, de la solidaridad con los clubes que no participan”, explicou.
Desafios do Calendário e oposição à Superliga
O executivo abordou a sobrecarga no calendário de jogos, afetando principalmente clubes que disputam competições nacionais e continentais e cedem muitos jogadores para seleções. Ele sugeriu limitar o número de partidas por temporada para cada jogador, considerando jogos de clube e seleção. “La sobrecarga en el calendario nos afecta a un número muy pequeño de clubes, que somos los que participamos en las competiciones locales y continentales, y al mismo tiempo aportamos un mayor número de jugadores a las distintas selecciones nacionales”, disse.
Sobre a Superliga, Gil Marín foi categórico ao afirmar que o projeto é considerado “morto” na Europa. “La realidad es que sólo se habla en España y sin duda es por la relevancia que tienen el Real Madrid y su presidente, como impulsores de la idea. En Europa hace tiempo que se considera un proyecto muerto”, declarou. Ele apontou como prova o acordo de formatos e comercialização de direitos para o ciclo 2027-31 entre clubes e UEFA, que são “completamente opuestos” aos propostos pela Superliga.
Ele também deu as boas-vindas ao FC Barcelona para retornar a ser um “actor importante” nos órgãos de decisão. “El Barça ha sido y debe volver a ser un actor importante en los órganos de decisión sobre nuestro sector y su futuro. El hecho de que Joan Laporta decidiese aceptar nuestra invitación y nos haya acompañado en Roma es una alegría y una buena noticia”, comentou, vendo Joan Laporta “ilusionado y comprometido con volver”.
Partidas internacionais e o futuro do futebol
Gil Marín comentou a possibilidade de jogos oficiais de ligas nacionais serem disputados fora de seus territórios, como o caso do confronto entre Villarreal e Barcelona em Miami. Ele acredita que a realização de um jogo oficial por ano fora do território nacional em cada liga importante pode “contribuir al crecimiento del interés en otros territorios” e melhorar o valor de direitos de TV e patrocínios. “El fútbol se ha globalizado por completo y los que trabajamos en él debemos tener en cuenta tanto a los aficionados locales como a los del resto del mundo”, disse.
Ele também mencionou a resolução aprovada pelo Parlamento Europeu em apoio à visão da UEFA, focada em competições baseadas em mérito e solidariedade. “Es esencial ensalzar la cultura del esfuerzo y el mérito en la formación de los jóvenes”, ressaltou.
Por fim, explicou a mudança de nome e identidade da associação de ECA para EFC, visando uma representação mais clara e moderna do esporte e de seus torcedores. “La antigua denominación (ECA, European Club Association) era más genérica, porque no incorporaba la palabra fútbol. Ahora se define mucho mejor lo que representamos y también se ha decidido modernizar la imagen para acercarse más a nuestro deporte y a sus aficionados”, concluiu.
Fonte: Marca