A relação entre a SAF Botafogo e a Eagle Football entrou em um novo capítulo, com possíveis consequências decisivas. O presidente do clube associativo, João Paulo Magalhães Lins, reuniu-se com representantes da Eagle, sinalizando um caminho sem John Textor no comando do Alvinegro, que já não é unanimidade.
Mudança de Posicionamento do Clube Associativo
O clube associativo detém 10% das ações da SAF, conforme acordo firmado em março de 2022. A Eagle e a Ares acreditam que uma posição do clube social a favor de uma mudança na diretoria seria suficiente para encerrar a disputa e afastar John Textor do Botafogo.
Embora Textor tenha afirmado que reuniões da Eagle não acontecem sem sua presença, João Paulo Magalhães Lins se encontrou com representantes da empresa sem o americano. Mesmo sendo o sócio majoritário, Textor não participa das decisões principais da companhia desde abril.
Histórico de Tensão e Precaução
A atitude do presidente do Botafogo representa uma reviravolta, já que em julho deste ano o clube associativo foi fundamental para conter um movimento de acionistas da Eagle que tentavam remover Textor. Na época, uma carta enviada por Magalhães Lins alertou que tal remoção poderia gerar uma “rebelião” nos bastidores.
Recentemente, a situação mudou. João Paulo Magalhães Lins se reuniu com representantes da Eagle e da Ares na Europa. O presidente esteve com Textor em Paris para a cerimônia da Bola de Ouro e aproveitou a viagem para dialogar com acionistas da Eagle. Durante o encontro, o dirigente buscou informações sobre possíveis cenários financeiros e comerciais caso Textor se afastasse.
Este movimento foi uma medida de precaução, visto que John Textor ainda não apresentou garantias financeiras para recomprar o clube da Eagle e suprir o caixa a curto prazo.
Críticas de Textor ao Clube Social
Em declarações recentes, John Textor fez críticas públicas ao clube social, reprovando a ação de conselheiros que convocaram o ex-presidente Durcesio Mello para depor e apresentar relatórios financeiros sobre os anos de SAF.
“Eu aceito as críticas, mas não aceito o extremismo. O abuso ao Durcesio Mello (ex-presidente)… O clube social deveria deixá-lo em paz. Se ele não tivesse assinado os documentos que assinou, não teríamos criado um caminho para jogadores chegarem à Europa. Almada, Luiz Henrique e Igor Jesus vieram por causa dos documentos que Durcesio assinou. Ele teve a visão da SAF e, se não tivesse feito isso, não teríamos a Libertadores. Se o clube social quer jogar isso fora, que seja, mas não quero esquecer o dia 30 de novembro, o melhor dia da maioria das nossas vidas”, declarou.
É importante ressaltar que qualquer alteração na SAF do Botafogo requer a aprovação do sócio-minoritário, o clube social. Contudo, o associativo cobra da SAF o cumprimento do acordo de acionistas.
Na semana passada, uma reunião do Conselho Deliberativo determinou que os membros fariam questionamentos à SAF em diversas áreas: futebol, administrativa e financeira. O CEO Thairo Arruda deve comparecer à assembleia no próximo dia 14.
Fonte: Globo Esporte