A expansão do Mundial de Clubes da FIFA gerou preocupações significativas quanto ao impacto na saúde dos jogadores, com sinais de que o torneio está contribuindo para uma crescente onda de Lesões e exaustão no futebol de elite.






Preocupações de longa data e alertas ignorados
O técnico Jürgen Klopp já havia alertado sobre o formato expandido do torneio, descrevendo-o como “a pior ideia de todos os tempos”. Ele citou a falta de recuperação para os atletas, que já enfrentavam calendários sobrecarregados devido à pandemia de Covid-19, à mudança do Mundial de 2022 para o inverno e ao aumento do número de equipes na Liga dos Campeões. A Fifpro, sindicato global de jogadores, tem repetidamente emitido avisos sobre o aumento de lesões e o esgotamento físico dos atletas. No entanto, a resposta das entidades máximas do futebol tem sido a introdução de ainda mais competições.

O caso de Cole Palmer e outros exemplos
Cole Palmer, do Chelsea, é um exemplo notório. Após ser fundamental na conquista do Mundial de Clubes, onde superou o Paris Saint-Germain de Ousmane Dembélé, Palmer tem lutado com problemas de lesão ao longo da temporada atual, levantando suspeitas de que jogou em excesso. Sua ausência em partidas importantes do Chelsea e da seleção inglesa é um indicativo do limite físico que os jogadores podem atingir. Palmer, de apenas 23 anos, teve três verões consecutivos sem um descanso adequado, participando de torneios como o Campeonato Europeu Sub-21 em 2023 e a Eurocopa em 2024, além de disputar 57 jogos na temporada 2023-24.
O Chelsea, em particular, parece estar sofrendo as consequências. Jogadores como Levi Colwill (Lesão no ligamento cruzado anterior), Liam Delap (lesão muscular) e Dário Essugo (cirurgia na coxa) foram afastados. Moisés Caicedo, Enzo Fernández e João Pedro estão atuando com dores. A situação reflete o relatório anual da Fifpro, que aponta que jogadores que competiram no Mundial de Clubes após o término de suas ligas domésticas não tiveram pré-temporadas adequadas, comprometendo o desempenho e aumentando o risco de lesões.
Impacto em outros clubes e futuro incerto
O impacto negativo não se restringe ao Chelsea. Noni Madueke, do Arsenal, está fora por dois meses com uma lesão no joelho. O Paris Saint-Germain também enfrentou desfalques importantes como Marquinhos e Kvara Kvaratskhelia. No Real Madrid, Trent Alexander-Arnold e Jude Bellingham também sofreram com lesões musculares após longas temporadas.

Embora alguns argumentem que lesões ocorrem independentemente do torneio, a insistência das entidades em adicionar mais jogos intensifica o risco. Jogadores que não participaram de longas temporadas ou competições extensas, como o Botafogo no Mundial, que teve um calendário diferente, parecem ter um risco menor. No entanto, a pressão sobre clubes como o Chelsea, que disputam competições de alto nível e têm calendários mais apertados, é notável. A questão que permanece é se a FIFA ouvirá os apelos por mudanças e priorizará a saúde e a longevidade dos atletas em detrimento de mais jogos.
Fonte: The Guardian