Apesar de ter conquistado o acesso à Primeira Divisão, a situação financeira do Levante permanece crítica. O clube apresentará nesta quinta-feira um plano de reestruturação de pagamentos no tribunal com o objetivo de evitar um novo concurso de credores, em grande parte devido à pressão do OLB Bank, um dos principais credores, que possui uma dívida de 17 milhões de euros.
A dívida total do Levante atualmente é de aproximadamente 116 milhões de euros, sendo entre 88 e 90 milhões de euros de dívida financeira. O plano de reestruturação estabelece três categorias para os principais credores: privilegiados (EDR e Tifossy), ordinários (OLB) e subordinados (BIZAS, a patrimonial de José Danvila). Com a capitalização de 14 milhões de euros de uma parte emprestada pelo próprio José Danvila, ele passará a deter cerca de 70% das ações do clube.
Pressão do OLB Bank e Exigências do Plano
O banco alemão OLB apresentou um burofax destacando a “situação de insolvência atual ou pelo menos iminente” e instou o clube a apresentar um concurso de credores. O EDR, principal credor, assumiu o controle da situação e definiu uma série de exigências no plano de reestruturação de pagamentos, que aguarda aprovação judicial. Entre as exigências estão a participação no Conselho de Administração como órgão de supervisão e a garantia de que a gestão atual, liderada por Danvila, continuará pelos próximos dez anos. “Esse é o tempo que eles estimam para recuperar o investimento”, declarou Danvila em um encontro com a imprensa.
O OLB Bank não aceitou as justificativas e entendia que o crédito deveria ser utilizado para obras, como a segunda fase da Reforma do Estádio Ciutat de València e a construção da nova Cidade Esportiva de Nazaret. Contudo, com os projetos paralisados devido à atual situação econômica do clube, um dos objetivos do máximo acionista é desbloquear os 30,5 milhões de euros pendentes do plano CVC, pignorados pelo banco alemão como garantia de pagamento. A verba seria destinada à construção da Cidade Esportiva, um dos principais ativos de exploração para além do campo de jogo, com a proposta de incluir o OLB em 50% da exploração até a quitação da dívida.
“Se o juiz não aprovar o plano de reestruturação de pagamentos, nós iremos para um concurso de credores”, alertou Danvila. Adicionalmente, ainda resta resolver o concurso anterior, datado de 2008, do qual ainda se deve cerca de dois milhões de euros à Prefeitura de Valência. O empresário valenciano busca evitar essa situação a todo custo.
Busca por um “Companheiro de Viagem”
Nesta conjuntura, José Danvila tem procurado um “companheiro de viagem” há algum tempo. “Não posso ficar avalizando constantemente e preciso de um sócio”, argumentou Danvila, que ressalta que, no momento, qualquer parceiro não é bem-vindo, após investir cerca de 35 milhões de euros no clube (30 milhões de seu patrimônio e cinco de aval pessoal para contratar Etta Eyong e Unai Vencedor no último dia da janela de transferências). “Gostaria que fosse um companheiro de viagem que me deixasse gerenciar a parte esportiva”, enfatizou.
O objetivo do conselheiro delegado é finalizar tanto o projeto terciário-esportivo junto ao porto de Valência, a Cidade Esportiva de Nazaret, quanto o aproveitamento urbanístico dos aproximadamente 15.000 metros quadrados de solo terciário excedente ao lado do Estádio Ciutat de València. A ideia, neste último caso, seria construir um espaço de coliving ou um pequeno hotel nesse terreno remanescente, uma proposta complexa por se tratar de terreno público.
“Não tenho a intenção de ficar aqui para sempre”, destacou Danvila, que assegura que “ninguém veio comprar o clube”. Seu principal objetivo é “concluir a Cidade Esportiva, o aproveitamento ao lado do estádio e então estarei em paz”, finalizou.
Fonte: AS España