Irmãos Colwill Brilham no Cardiff: De Brincadeiras a Dupla em Campo

Irmãos Rubin e Joel Colwill encantam no Cardiff, relembrando infância e sonhando com a seleção galesa. Veja a história.
Irmãos Colwill Cardiff — foto ilustrativa Irmãos Colwill Cardiff — foto ilustrativa

A emoção é palpável nos rostos de Rubin e Joel Colwill ao discutirem a oportunidade de jogarem juntos pelo Cardiff. Na infância, em Neath, cidade a cerca de 50 km da capital galesa, eles eram figuras constantes no Melyn Park, vizinho à casa da família, onde passavam horas aprimorando suas habilidades. “Quando éramos pequenos, peguei uma caneta e desenhei um gol na porta do corredor, e nossa mãe ficou furiosa”, relembra Rubin, arrancando risadas do irmão.

Trajetória Desde a Infância

Separados por dois anos e meio, os irmãos sempre foram muito unidos. Joel, que completa 21 anos neste mês, foi o padrinho de casamento de Rubin em 2025. Desde os sete anos, ambos estão associados ao Cardiff, com seus pais, Richard e Jodi, sempre presentes para levá-los aos treinos. A dupla frequentou a Ysgol Gyfun Ystalyfera, a mesma escola secundária de Ben Davies, defensor do País de Gales. A cumplicidade era tanta que compartilhavam beliches, palco de muitas ‘lutas’ de WWE, como Rubin brinca.

Uma foto memorável registra os irmãos com cachecóis do Cardiff e rostos pintados, sorrindo em frente a Wembley em 2012, antes da final da Carling Cup perdida nos pênaltis para o Liverpool. “Na época, parecia que íamos a Wembley quase todo ano”, comenta Rubin, 23 anos, lembrando de outras duas idas em 2008 e uma final de playoff em 2010. Joel recorda com entusiasmo: “Tirando a camisa e girando em Wembley”.

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Irmãos Rubin e Joel Colwill comemoram jogando juntos pelo Cardiff.
Rubin e Joel Colwill, uma dupla promissora no ataque do Cardiff.

Estreia e Impacto no Cardiff

A primeira vez que jogaram juntos pelo Cardiff foi há dois anos, em uma vitória na Copa da Liga contra o Colchester. No mês seguinte, ambos representaram o País de Gales Sub-21 contra Liechtenstein. Agora, a situação é diferente: a dupla está no centro da recuperação do Cardiff após o rebaixamento, na primeira temporada do clube na terceira divisão desde 2002-03.

Na estreia da League One, contra o Peterborough, tornaram-se os primeiros irmãos a iniciar uma partida pelo Cardiff desde Gary e Dave Bennett em 1983. Nomes como Mel e John Charles, que representaram o País de Gales na Copa do Mundo de 1958, também fazem parte da história de irmãos no clube. “É incrivelmente raro, especialmente jogar pelo mesmo time, então somos muito sortudos”, afirma Rubin. Joel descreve a emoção do primeiro momento juntos: “A roda de preleção antes do jogo foi surreal. Muitas vezes eu estava nas arquibancadas pensando: ‘Um dia, espero, estarei lá embaixo com ele e jogaremos juntos’.”

Um Gol e um Sonho Realizado

Joel marcou seu primeiro gol pelo Cardiff em agosto. “Quando você me deu a assistência contra o Cheltenham…”, começa Joel. “Sim, isso foi especial”, interjeta Rubin, antes de seu irmão detalhar a sensação. “Na hora, eu não pensei muito, mas quando cheguei em casa, a ficha caiu. Quantas vezes você me passou a mesma bola no treino ou quando éramos crianças. Tenho pequenos sonhos como ver os placares, online e nos aplicativos, dizendo: ‘J Colwill [R Colwill]’ para mostrar que um de nós auxiliou o outro a marcar. Para isso realmente acontecer é uma loucura.”

Joel Colwill comemora gol pelo Cardiff.
Joel Colwill celebra seu primeiro gol pelo Cardiff.

Ascensão e Foco na Seleção

Esta é a temporada de afirmação de Joel no Cardiff, após passagens promissoras por empréstimo em Cheltenham e Exeter na temporada anterior. Rubin, por sua vez, já havia ganhado destaque internacional. Um mês após completar 19 anos, e ao final de uma temporada que começou com o time sub-18 do Cardiff, Rubin foi convocado de surpresa para o elenco do País de Gales na Euro 2020, mesmo tendo disputado apenas 191 minutos no futebol profissional.

“Eu nunca estive realmente perto de superestrelas – vindo de Neath, o lugar mais normal que você pode imaginar”, revela Rubin. “Estar com provavelmente o maior jogador britânico de todos os tempos [Gareth Bale], Aaron Ramsey, Ben Davies, Chris Gunter, lendas da Euro 2016 que eu assistia na escola… Tive que me lembrar que eles são pessoas normais. Era quase difícil focar no treino quando Gareth Bale pedia a bola. Foi um período louco.”

Questionado se foi o momento certo, Rubin insiste: “Fez muito mais bem do que mal. A exposição, a experiência. Tive uma ascensão muito rápida e depois senti que fiquei estagnado sem muitas novidades”.

O Sonho de Jogar pelo País de Gales

Jogar juntos pelo Cardiff é um grande passo, mas o foco agora se volta para a seleção. “Esse é o nosso próximo objetivo”, afirma Rubin. “Quando crianças, a ideia de jogar pelo Cardiff juntos era inacreditável, mas jogar pelo País de Gales… quase parecia inatingível. Mas agora está ao nosso alcance. Ambos sabemos que somos bons o suficiente, fomos convocados antes, então é uma questão de permanecermos focados. Esperamos que em um futuro próximo as estrelas se alinhem e isso se concretize”.

Joel fez sua estreia contra o Canadá em Swansea no mês passado, com Rubin presente nas arquibancadas. Ele foi convocado para os próximos jogos contra Inglaterra e Bélgica. Rubin ainda busca consolidar seu espaço na seleção, tendo nove convocações desde que Craig Bellamy assumiu o comando há 14 meses, substituindo Rob Page. “Conheço o Craig há muito tempo”, diz Rubin.

“Ele é alguém que incentiva os jogadores a darem o máximo e acho que ele está definitivamente tentando fazer isso comigo. Toda vez que conversamos, ele assistiu meus jogos e nas conversas sempre há algo que ele quer que eu mude ou melhore, então cabe a mim cumprir essas exigências e a ele decidir se quer me escalar”.

Visão Tática e Futuro

O Cardiff ocupa a quarta posição antes de receber o Leyton Orient no sábado. Sete jogadores formados na base do clube estiveram em campo na surpreendente derrota para o Burton no meio da semana, incluindo os estreantes Dylan Lawlor, 19, e Ronan Kpakio, 18. “O técnico tem sido brilhante”, elogia Rubin sobre Brian Barry-Murphy, que teve passagens pela base do Manchester City. “O futebol é um pouco diferente do que os torcedores estão acostumados no Cardiff, e tem sido revigorante.

“Somos um grupo de jovens que cresceu assistindo esse estilo na TV, como o Barcelona, Man City. É fácil ver os passes, os gols, os melhores momentos, mas as pessoas muitas vezes perdem o trabalho árduo, a pressão, a forma como pressionamos a linha defensiva, toda a corrida intensa que fizemos na pré-temporada para nos tornarmos fisicamente capazes de fazer o que ele quer. Haverá um período de adaptação – e acho que ainda estamos nele – porque há muito mais a melhorar e estamos trabalhando todos os dias para chegar lá”.

A dupla agora ri ao relembrar a rotina de 10 minutos que dominavam como estudantes: descer do ônibus, correr para casa, trocar de roupa, pegar um sanduíche e correr para o treino do Cardiff às 17h em Treforest, no coração do sul do País de Gales.

“Uma correria louca quase todos os dias”, diz Rubin. “Tem valido a pena. Mas não queremos que este seja o nosso auge.”

“Queremos continuar fazendo o que estamos fazendo, subir na tabela com o Cardiff, dar o nosso melhor. É importante reconhecer: ‘Isso é incrível’. Mas pensamos: ‘Este não é o fim para nós’.”

Rubin Colwill em ação pelo Cardiff.
Rubin Colwill é uma peça chave no esquema tático do Cardiff.

Fonte: The Guardian

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