O volante Tchê Tchê, do Vasco, compartilhou detalhes sobre o período em que enfrentou a depressão em 2019, quando defendia o São Paulo. Em entrevista ao canal oficial do clube, o jogador abordou o tema durante um programa especial sobre o Setembro Amarelo e ressaltou a importância fundamental de buscar ajuda profissional.



A Luta Silenciosa Contra a Doença
Tchê Tchê descreveu as oscilações de humor e a perda de ânimo para realizar atividades cotidianas. Ele relatou ter sentido uma tristeza profunda e uma falta de vontade de fazer as coisas, o que o assustou.
“Eu costumo falar que é algo mais silencioso, porque quando você cai na real, já está um pouco mais aguda e mais profunda, e você acaba se assustando de primeira. Você tem que buscar ajuda, porque sozinho é muito difícil enfrentar tudo isso”, comentou o jogador.

Proteção e Acolhimento
O volante optou por não expor publicamente sua condição inicialmente, visando se proteger da repercussão que poderia ocorrer. Ele destacou que sua família percebeu as mudanças e esteve presente, oferecendo apoio.
“No meu caso, foi uma maneira de me resguardar. O pessoal que é bem próximo de mim, toda a família, por ter acontecido no meu estado também, em São Paulo, eu tinha minha família totalmente próxima. De primeira, eles começaram a notar algumas coisas, depois procuravam estar sempre perto de mim. No clube, foi uma maneira que eu tentei me prevenir”, explicou Tchê Tchê.
Ele também mencionou o receio de como seria recebido: “As pessoas usam as redes sociais da maneira que querem, e você pode influenciar tanto para o bem quanto para o mal. Se de repente saísse uma notícia que eu estava mal ou algo do tipo, ia ter uma proporção que era totalmente contrária ao que eu necessitava na época. Eu precisava de ajuda e acolhimento e não que me vissem como alguma pessoa com uma doença, que me ausentasse dos gramados, que as pessoas passassem a me olhar de maneira diferente. É uma doença, realmente, só que não é algo que me impossibilitaria no momento”, completou.
A Busca por Ajuda Profissional
Tchê Tchê explicou que evitou comunicar a todos no clube para não gerar um questionamento constante sobre seu estado de saúde.
“Se eu comunicasse a todos, as pessoas passariam a me perguntar, me questionar, todo dia tentar entender se eu estava bem ou não, e era algo que eu não queria que tomasse essa proporção dentro do clube. Então, eu busquei ajuda fora e, quando eu me senti seguro para comentar, eu comentei com a doutora, uma pessoa de importância extrema para mim, porque eu ia treinar, acabava o treino, eu conversava com ela diariamente”, relatou.
Ele concluiu relembrando a cobrança inicial da profissional: “De início ela me cobrou, perguntou por que eu não entrei em contato com ela logo de primeira. Eu expliquei a situação, disse que eu estava melhor e que me sentia preparado, porque na época eu não tinha nem forças para comentar, para conversar.”
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Fonte: LANCE!