Brendan Rodgers deixa o Celtic em meio a críticas de Dermot Desmond

Brendan Rodgers deixa o Celtic em meio a fortes críticas de Dermot Desmond. Clube e técnico encerram ciclo com acusações e polêmicas.
Brendan Rodgers Celtic — foto ilustrativa Brendan Rodgers Celtic — foto ilustrativa

A saída de Brendan Rodgers do comando Técnico do Celtic se tornou um dos assuntos mais comentados no futebol escocês, especialmente após declarações contundentes de Dermot Desmond, um dos principais investidores do clube. A polêmica escalou a ponto de o treinador, considerado o terceiro maior nome em termos de sucesso na história do Celtic, não poder mais frequentar o estádio.

Acusações e Clima Tóxico no Celtic Park

Dermot Desmond utilizou uma aparição pública para criticar duramente Rodgers, acusando-o de ser “egoísta” e de ter agido com “quebra de confiança”. As declarações, descritas como pessoais e raivosas, pintaram um quadro de um ambiente tóxico nos meses que antecederam a saída do Técnico. A questão levantada é por que Rodgers não foi afastado do cargo há mais tempo, diante das críticas e do desempenho aquém do esperado.

O próprio Desmond comentou sobre os protestos de torcedores direcionados à diretoria, afirmando que “alguns abusos dirigidos a eles e a suas famílias têm sido totalmente injustificados e inaceitáveis”. Ele condena o comportamento, mas reconhece que parte da insatisfação da Torcida foi expressa de maneira sensata. No entanto, a forte reação de Desmond contra Rodgers dificilmente acalmará os ânimos.

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Desempenho e Frustrações na Temporada

A temporada do Celtic tem sido marcada por frustrações, especialmente na Champions League, onde o time tem acumulado eliminações precoces ao longo dos anos. O desempenho recente na competição, com dificuldades contra adversários de menor expressão, como Kairat Almaty, Bodø/Glimt e Ferencváros, contrasta com a ambição de um clube com o status do Celtic.

A performance do time na liga nacional, embora ainda competitiva, também não tem sido avassaladora. A derrota para o Hearts em Edimburgo, um jogo crucial que evidenciou as dificuldades da equipe, culminou com a saída de Rodgers. A falta de reforços pontuais, especialmente na janela de transferências de verão e em janeiro, foi um ponto de frustração compreensível para o treinador, que viu o Elenco regredir em alguns aspectos.

O centroavante Johnny Kenny foi titular na última partida de Rodgers, um sinal da falta de opções ofensivas. Jogadores contratados na janela de verão, como Jahmai Simpson-Pusey, Shin Yamada e Hayato Inamura, mal tiveram oportunidades, e Daizen Maeda foi afetado pelo fracasso de uma possível transferência para a Bundesliga por falta de um substituto à altura. A chegada de Kelechi Iheanacho, no início de setembro, foi uma resposta tardia.

O Legado de Rodgers e a Relação com a Diretoria

É inegável que Brendan Rodgers demonstrou ser um gestor de futebol talentoso durante seu tempo no Celtic, comprovado por um histórico substancial de conquistas domésticas. Seu desejo de impulsionar o clube sempre esteve presente. No entanto, a relação com a diretoria se desgastou, criando uma mútua desilusão. A forma como a saída foi conduzida, com acusações e ataques públicos, gerou uma atmosfera de acrimônia que poderia ter sido evitada.

A diretoria do Celtic, segundo Desmond, defende que a estrutura do clube, onde o técnico supervisiona o futebol, o CEO gerencia as operações e o conselho oferece supervisão, tem servido ao clube com grande sucesso. A falha recente, segundo essa visão, não é estrutural, mas sim de um indivíduo em busca de autopreservação. Essa perspectiva ignora as dificuldades e críticas que se acumularam ao longo do tempo.

O Retorno de Martin O’Neill e o Futuro

Com a saída de Rodgers, o nome de Martin O’Neill surge como uma opção, um treinador idilizado pela torcida e com vasta experiência em gestão de grupos. Aos 73 anos, O’Neill poderia trazer de volta a motivação e a capacidade de melhorar o desempenho da equipe, que atualmente enfrenta um elenco considerado aquém do ideal e uma torcida insatisfeita. O clube parece apostar no “voltar ao futuro”, uma estratégia já vista em outras ocasiões. No entanto, os problemas que vão além de Rodgers permanecem e a recente demonstração de Desmond não os resolve.

Fonte: The Guardian

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