Márcio Fernandes: "Faltou coragem" ao Paysandu em derrota e pede planejamento para 2026

O Paysandu amarga mais um resultado negativo na Série B, acumulando o quinto jogo consecutivo sem vitórias. A equipe foi derrotada pelo Avaí por 2 a 1, em casa, na Curuzu, pela 34ª rodada da competição. O resultado aproxima o clube do rebaixamento para a Série C em 2026, já que o time está há 12 rodadas na lanterna e soma 31 rodadas dentro da zona Z-4.

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Márcio Fernandes cobra coragem e atitude da equipe

Em Entrevista Coletiva após a partida, o técnico Márcio Fernandes expressou sua insatisfação com a postura do time, especialmente no primeiro tempo, quando o Avaí abriu 2 a 0. O treinador lamentou a falta de atitude dos jogadores.

“O momento é até difícil da gente ficar falando, mas eu não posso admitir que falte coragem para jogar, isso não dá para admitir. Faltou coragem para gente no primeiro tempo, não conseguimos chegar nos jogadores e, na verdade, eu teria que trocar mais alguns jogadores, mas não dava, porque a gente já tinha trocado três jogadores [no intervalo], tínhamos que esperar alguma coisa podia acontecer. Thiago [Heleno] meio que se esforçando para poder nos ajudar, jogador que tá tava voltando, Maurício [Antônio] também um jogador que tava voltando agora, não cumpriu nem ainda os trâmites todos do departamento médico, aí o que a gente fez foi colocar jogadores que pelo menos corressem mais, que lutassem mais, honrassem a camisa do Paysandu“, desabafou o comandante.

Márcio Fernandes, técnico do Paysandu, em treinamento. — Márcio Fernandes, técnico do Paysandu, durante a partida.

Planejamento para 2026 e permanência do técnico

Com poucas chances de escapar do rebaixamento, Márcio Fernandes já projeta o futuro e pede um planejamento claro para 2026, incluindo a definição sobre sua própria permanência. O técnico elogiou o trabalho do executivo de futebol, Frontini, que foi responsável por contratar 10 jogadores durante a Série B.

“Eu já estava pensando há muito tempo [no planejamento], há muito tempo. Acho que a gente tem que já estar com a cabeça e ter certeza do que a gente quer, isso eu estou falando. Se é o Márcio Fernandes que tem que ficar, nós temos que ter convicção para ele ficar. Se é o Frontini, que é o nosso executivo, que está fazendo um trabalho sensacional, tem que chamar e conversar e acertar, ou então falar: ‘Olha, muito obrigado’ e dar sequência, porque o clube não pode parar. O Paysandu não pode parar, tem que pensar que ele é grande e que ele tem que continuar. Independentemente da situação que vai acontecer, nós não podemos achar que acabou o mundo, nós temos que ter força para levantar, e é isso que eu peço todo dia, meu Deus, que me ajude, me dê força para levantar e vir aqui e trabalhar e dar o melhor o melhor de mim. E é isso, não posso também ficar aceitando algumas coisas que realmente às vezes acontece.”, afirmou.

O treinador também destacou a importância das contratações feitas por Frontini. “O Frontini contratou 10 jogadores, e vou falar com toda a certeza do mundo, se esses 10 jogadores que ele contratou, não tivessem aqui, o Paysandu já tinha caído há muito tempo, há muito tempo. É graças ainda essas contratações que a gente está lutando, com muita dificuldade, mas a gente tá lutando e a gente ainda tem a dificuldade de perder alguns que seriam muito importantes, aí as coisas ficam realmente muito difíceis”, ressaltou.

Protestos da torcida e impacto no time

O cenário extracampo do Paysandu tem sido agitado, com a torcida demonstrando insatisfação com a diretoria e as contratações, inclusive com faixas de protesto nas arquibancadas. Márcio Fernandes reconhece que essas questões externas afetam o ambiente do clube.

“Nunca é bom quando acontece essas coisas, com certeza. Por mais que a gente venha aqui e fale que não estamos preocupados com isso, a gente está. É uma pura mentira, interfere muito né, o torcedor ele escuta o que vocês [imprensa] falam, Às vezes, ele não está nem sabendo, mas ele fica sabendo por vocês. Aí os cara vem e já vem com a outra cabeça também, porque realmente está acontecendo. Não é mentira o que vocês estão falando, a coisa não está tão fácil assim, você encontra muitos obstáculos, muitos obstáculos para você fazer o que você quer. E é por isso que eu falo, ou a gente vai começar isso, não quer dizer que tenha que ficar comigo não, mas tem que definir. Eu quero isso, beleza, senão, muito obrigado, estou indo embora ou, vamos trabalhar para gente reerguer Paysandu, é isso que eu quero.”, declarou.