River Plate: Stefano Di Carlo assume presidência em meio a crise esportiva

Stefano Di Carlo assume a presidência do River Plate em meio a crise esportiva. Renovação de estádio e desafios em campo marcam nova gestão.
River Plate — foto ilustrativa River Plate — foto ilustrativa

Stefano Di Carlo, de 36 anos, está prestes a se tornar o presidente mais jovem do River Plate desde o fundador do clube, Leopoldo Bard. Sua eleição ocorre em um momento delicado para o gigante argentino, marcado pela pior sequência de resultados em mais de 40 anos.

Trajetória Familiar e Compromisso com o River Plate

A ligação de Di Carlo com o River Plate remonta à infância. Seu avô, Titi Di Carlo, foi presidente do clube em 1989 e, desde cedo, Stefano o acompanhava aos jogos. Uma tragédia pessoal marcou sua Juventude: durante um jogo crucial contra o Banfield, seu avô sofreu um ataque cardíaco fatal, um evento que fortaleceu ainda mais a determinação de Stefano em liderar o clube.

O uso do sobrenome Di Carlo é uma homenagem ao avô e uma forma de se dissociar do envolvimento de seu pai, Yayo Cozza, em um escândalo ligado ao ex-Agente de Diego Maradona, Guillermo Coppola.

Advertisement

Crise Esportiva e Desafios Imediatos

A eleição de Di Carlo acontece em um cenário de forte turbulência esportiva. O River Plate foi eliminado precocemente da Copa Libertadores e corre sério risco de não se classificar para a próxima edição. Uma sequência de quatro derrotas consecutivas no campeonato nacional, incluindo um revés em casa para o Sarmiento, e a recente eliminação na Copa Argentina para o Independiente Rivadavia (após um domínio em posse de bola e finalizações), intensificaram a insatisfação da torcida.

O Técnico Marcelo Gallardo, que retornou ao clube com a promessa de resgatar os dias de glória, enfrenta uma pressão crescente. A expectativa é que a nova gestão ofereça estabilidade, dando continuidade ao trabalho iniciado por Jorge Brito, que por sua vez sucedeu Rodolfo D’Onofrio.

Legado de Sucessos e Modernização das Instalações

A gestão anterior, liderada por D’Onofrio, apesar das turbulências econômicas da Argentina, conseguiu tirar o clube de uma crise financeira, conquistando títulos importantes como a Copa Sul-Americana e duas Copas Libertadores, sendo a mais memorável a de 2018, cuja final contra o Boca Juniors precisou ser movida para Madri após um incidente com o ônibus da equipe.

O mandato de Jorge Brito focou na modernização do histórico Estádio Monumental. Durante o período de restrição de público devido à pandemia de Covid-19, o estádio passou por uma completa reformulação: a pista de atletismo foi removida, o gramado rebaixado, um novo setor adicionado e os assentos substituídos por modelos de última geração, similares aos do Tottenham Hotspur Stadium. A capacidade foi ampliada de 60.000 para 85.000 espectadores, mantendo a essência das tradicionais arquibancadas populares.

Uma inovação notável é o sistema de reconhecimento facial nas catracas, que visa combater a venda ilegal de ingressos e dificultar o acesso de torcedores banidos. Embora tenha gerado algumas críticas quanto aos custos e limitações de repasse de ingressos, o novo sistema contribuiu para a redução da violência nos estádios e o aumento das receitas, um fator crucial em um campeonato onde a receita televisiva representa apenas 3% da arrecadação total.

O Futuro em Campo

Apesar da infraestrutura de ponta e da gestão financeira sólida, o futuro esportivo do River Plate dependerá da performance em campo. A busca por títulos nacionais e a consolidação de um projeto esportivo de longo prazo serão os principais desafios para a nova presidência, que visa estender o período de domínio do grupo político iniciado em 2013.

Fonte: The Guardian

Add a Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Advertisement