A Torcida do Rayo Vallecano demonstrou sua paixão e fidelidade ao viajar em grande número para Gotemburgo, na Suécia, para o primeiro jogo europeu do clube em 9.009 dias. Mais de 400 fãs se deslocaram por terra, mar e ar para apoiar a equipe, marcando um momento histórico desde a partida em Bordeaux em 2001.



A Jornada dos Torcedores
Alguns dos torcedores mais dedicados, Josele García e Fran Salas, iniciaram sua jornada de Vallecas há quinze dias. A ideia inicial era ir para a Argentina, mas com a classificação para a Conference League, o destino mudou. Eles viajaram de Bergen, na Noruega, passando pelos fiordes, e de Oslo pegaram um ferry para Copenhague, na Dinamarca, antes de seguir de ônibus para Gotemburgo. Eles brincam que gastaram menos do que custaria viajar no voo fretado com a equipe.

“Juntarnos todos em uma plaza de Europa é um sonho feito realidade”, comentam, confiantes na equipe. Eles planejam ir para a final, mesmo que com cancelamento gratuito de hotel em Leipzig. A camisa do Rayo é uma companheira constante, usada em viagens e para celebrar vitórias recentes.
Histórias de Devoção
A devoção à equipe se manifesta de diversas formas. David Povedano e seu filho deixaram a camisa do time em casa, pois acreditam que perdem quando a vestem longe de Vallecas. José Luis Sánchez, de 80 anos, um dos torcedores mais veteranos, viajou para encontrar seu filho em Gotemburgo, trazendo consigo uma bagagem cheia de cachecóis e camisas.

Manu Rodríguez viajou com sua família desde o Porto, confiante na Vitória. Outros torcedores, como Manuel Peñalva, filho de um ex-jogador e dirigente, e Álvaro García, que já havia se deslocado para as Ilhas Feroe e Hungria, também marcaram presença. Para Manuel, a viagem é uma homenagem ao pai, falecido no aniversário de nove anos da morte dele, lembrando os tempos em que colecionava entradas para jogos europeus.
Legado e Emoção Franjirroja
Lola Barraza viaja com uma camiseta especial do marido, falecido pouco antes da confirmação da participação europeia do Rayo. Acompanhada pela amiga Blanca, ela cumpre a promessa de viajar com ele em espírito. A história de Lola se cruza com a de David Bergin, um torcedor inglês que se tornou viral por sua animação em um jogo anterior.

Juan Carlos González, motorista de ônibus, e seu filho Raúl, também embarcaram nesta aventura. Com 57 anos, Juan Carlos vê esta viagem como uma oportunidade única na vida. Ele planeja acompanhar o time em outros deslocamentos, com o restante da família se juntando em uma futura parada na Polônia.
Comunidade e Planejamento
Oliver Moreno, conhecido como Isi Palagol nas Redes Sociais, criou um grupo de WhatsApp com mais de 120 membros para os torcedores do Rayo Vallecano em Gotemburgo. O grupo serve como um centro de informações e apoio mútuo, ajudando com detalhes de viagem, como a obtenção do ETA e sugestões de passeios pela cidade. Oliver, que viajou sozinho, buscou conexões com outros fãs do clube.
A presença franjirroja se estende por diversos voos e combinações, com torcedores vindo de cidades como Alicante. Óscar Herrero, presidente da Plataforma ADRV e membro da peña La Franja Vallekana, representa um dos muitos grupos organizados presentes, como Piti, Desperdigaos, Ossobucos e Planeta Rayista. Willy, um dos fundadores da Planeta Rayista, expressou a emoção de vivenciar pela primeira vez a sensação de ir para o exterior para ver o Rayo Vallecano jogar.
Legado e Esperança
Milhares de torcedores acompanharão a partida à distância, como Rafa Garrido, o sócio número um do clube, que aos 88 anos ouvirá o jogo pelo rádio. Há a esperança de que o Rayo Vallecano continue sua jornada europeia, replicando o feito de 25 anos atrás. A maré franjirroja agora atravessa oceanos, impulsionada por um amor inabalável.
Fonte: AS España