Sean Dyche, novo comandante do Nottingham Forest, relembrou seu passado como jogador da base do clube e afirmou que o escudo da equipe é mais importante que qualquer Treinador. Dyche, que passou três anos como atleta formado no City Ground, fez uma brincadeira sobre a figura de Brian Clough, lendário Técnico que marcou época no clube. “Houve um treinador que foi provavelmente tão grande quanto o distintivo – todos sabemos quem foi”, disse Dyche, imitando o sotaque de Clough.






Vínculo com o clube e preparação para a Europa League
O Treinador, que mora na cidade, tem um carinho especial pelo Nottingham Forest. Recentemente, Dyche e seu assistente Ian Woan, que integrou o elenco na última participação europeia do clube em 1995-96, frequentavam um café em West Bridgford onde ex-jogadores como Frank Clark, Colin Barrett e Garry Birtles se reúnem. Dyche, no entanto, precisou deixar a visita de lado para se concentrar na preparação para o confronto contra o Porto, invicto na temporada, pela Europa League.
“Estou ansioso para ver os homens milagrosos”, declarou Dyche, que substituiu Ange Postecoglou, tornando-se o terceiro técnico do Forest na temporada. “Eles vão me dar uma bronca se eu não for bem, então é melhor que eu ganhe alguns jogos. Esses caras significam muito para mim. Muitos torcedores do Forest reconhecem a história deste clube. Eu tenho a minha própria história e agora tenho a chance de reinventá-la como treinador.”
Nova Era e Otimismo no Elenco
Dyche comandou seu primeiro treinamento com o elenco do Nottingham Forest na terça-feira, três dias após a derrota por 3 a 0 para o Chelsea, que deixou o clube na zona de rebaixamento da Premier League. Ryan Yates, capitão da equipe desde as categorias de base, reconheceu que ainda é cedo para avaliações definitivas, mas destacou a energia positiva trazida por Dyche e sua comissão técnica.
A equipe de Dyche conta com outros ídolos do clube, como Steve Stone, Billy Mercer e Tony Loughlan. “Sinto que uma grande força deste clube é a conexão entre torcedores, jogadores e o técnico. Honestamente, nas últimas semanas, não tivemos um bom clima por aqui”, comentou Yates. “O novo técnico e sua equipe trouxeram de volta a vitalidade e a energia.”
Regras da Casa e Expectativas
Dyche deixou claro que não “conhece o clube como a palma da minha mão”, especialmente devido às suas experiências mais recentes como técnico adversário. No entanto, ele acredita ter uma compreensão abrangente do clube e das expectativas. “Deixei eles usarem meias brancas, pelo amor de Deus”, brincou Dyche. “Meus ex-jogadores vão me detonar no WhatsApp. Mas eles não podem usar cachecol ou boné… tive que ceder em algo.”
O Nottingham Forest acumula quatro derrotas consecutivas e não vence desde a primeira rodada. Dyche mencionou que o proprietário, Evangelos Marinakis, compreende a importância de estabilizar a situação. Dyche já havia encontrado o bilionário grego na Liga Europa com o Burnley, em 2018, quando sua equipe foi eliminada em um playoff contra o Olympiacos. Na época, Dyche expressou insatisfação com a diretoria do Olympiacos, incluindo Marinakis, por confrontos com a arbitragem.
Construindo Fundações Sólidas
Uma das qualidades de Dyche é sua reputação em construir equipes com bases sólidas, algo crucial para um time que não tem um jogo sem sofrer gols há 20 partidas. “Já me colocaram em muitas caixas, não me importo”, afirmou. “Nunca tentei me esconder do que é eficaz. Não é um distintivo de honra para mim. Cinco anos atrás, as pessoas diziam: ‘Por que você depende de bolas paradas?’ Agora estão na moda. Calças justas, calças largas, calças justas, calças largas… minha filha me zoa por causa das calças que eu uso. Aparentemente, nas redes sociais, até eu recebi críticas pelos meus tênis ao entrar para o treino [na terça-feira]… não podia acreditar. Tênis Tom Ford, mas, enfim, não gosto de mencionar.”
Dyche se orgulha de seus anos formativos no Forest, mas acredita que isso não deve levar a um julgamento diferente para ele ou sua equipe. “Não há atalho com os torcedores, mas nos importamos, isso é algo que não acho que possa ser questionado”, disse. “Tudo o que sonhei foi vestir a camisa, mas nunca consegui. Stoney e Woany conseguiram, Billy conseguiu como goleiro emprestado, Tony a usou e marcou um gol. Fui o único que não, e eles continuam me lembrando disso.”
“Para mim, ter essa parte é algo grande pessoalmente. Mas não me dá um direito divino, confie em mim. Os torcedores querem que eu ganhe. Se eu não estiver ganhando, os torcedores vão vir para cima de mim, porque é assim que os torcedores funcionam e eu não tenho problema com isso, porque essa é a realidade. Estive aqui quando criança e nunca usei a camisa, o distintivo. Bem, agora, estou sentado com ele em mim.”


Fonte: The Guardian