A LaLiga informou ao Sindicato dos Jogadores de Futebol (AFE) que irá apresentar uma denúncia nos tribunais em resposta à paralisação de 15 segundos no início das partidas da Primeira Divisão. A ação dos jogadores visava protestar contra a organização de um jogo entre Villarreal e Barcelona em Miami, que acabou sendo cancelado oficialmente. A decisão foi comunicada pelo presidente da LaLiga, Javier Tebas, ao seu homólogo na AFE, David Aganzo, durante um encontro realizado nesta quarta-feira.
LaLiga avisa sobre “danos” da paralisação
Durante o fim de semana, a LaLiga já havia advertido os jogadores que os “danos causados pelo protesto” seriam quantificados. A organização também alertou que a medida adotada pela AFE e pelos atletas poderia acarretar “consequências indesejadas”, tanto individual quanto coletivamente.
Agora, a LaLiga tomou a iniciativa e levará o caso aos tribunais ordinários, considerando a paralisação como uma “greve”. A AFE, por sua vez, nega a caracterização de greve, definindo a ação como um mero “gesto”. Javier Tebas reagiu afirmando: “Tenho muitas esperanças de que um juiz decida”.
O sindicato expressou total tranquilidade em relação a esta medida da LaLiga, pois afirmam ter o gesto totalmente calculado e acreditam que não haverá consequências legais.
Reunião e detalhes sobre o plano de jogo em Miami
A reunião entre LaLiga e AFE durou pouco mais de duas horas. Durante o encontro, foram apresentados detalhes do plano de levar um jogo para Miami. Em relação a questões financeiras, a LaLiga declarou que o projeto era “deficitário” e não aprofundou as condições de trabalho dos atletas, focando apenas em aspectos como o tipo de avião e hotel que seriam utilizados.
David Aganzo: “Tebas reconheceu que poderia ter sido feito de outra forma”
Após a reunião, David Aganzo concedeu entrevista aos jornalistas presentes. “Tebas disse que fizemos uma greve e nós apenas um gesto. Ele deixou bastante claro que isso será decidido nos tribunais”, declarou o presidente da AFE.
Sobre a reunião com Tebas, Aganzo descreveu como “muito ilustrativa” e realizada com “respeito institucional”. “Nos deram informações sobre a marca LaLiga e falamos sobre direito trabalhista. Dissemos que esta reunião deveria ter acontecido antes. Ele afirmou que fizemos uma greve e nós apenas um gesto. Segundo ele, o protesto será resolvido nos tribunais. Não quis discutir muito mais”, acrescentou.
Perguntado sobre a aparência de Tebas, Aganzo comentou: “Mais magro. Ele parecia tranquilo. Não surpreso, mas reconheceu que poderia ter sido feito de outra maneira. É preciso conversar com todos e ter máxima transparência. Vocês sabem como é Javier (Tebas), ele luta pela sua marca LaLiga. Nós não somos contra, quanto melhor se saírem, melhor será para os jogadores”.
A respeito da decisão judicial, Aganzo reafirmou: “Deixou bastante claro que será decidido lá”.
Sobre um possível acordo, Aganzo mencionou: “Haverá próximas reuniões e ele nos enviará informações para discutirmos com nossos companheiros. Viemos para que as regras sejam cumpridas. Deve haver uma relação institucional, cada um tem sua linha”.
O presidente da AFE também comentou a ausência do Conselho Superior de Desportos (CSD): “Sentimos falta deles. No dia 7 de outubro, o Parlamento Europeu deu o caminho a seguir e não obtivemos resposta”.
Fonte: AS España