O Racing se consolidou como o principal time argentino na Copa Libertadores de 2025, superando a proeminência de Boca Juniors e River Plate. O clube, adversário do Flamengo na semifinal, ostenta os títulos recentes da Copa Sul-Americana e da Recopa, demonstrando um protagonismo crescente no cenário continental nos últimos anos.
Essa ascensão contrasta com o momento de seus rivais históricos. O Racing, conhecido por sua força em copas, busca alcançar a final da Libertadores após quase seis décadas, um sonho alimentado pela sua torcida.
A estratégia do clube de fortalecer os laços com a torcida, inspirada em modelos como o da seleção Argentina na Copa do Mundo de 2022, tem sido fundamental. Essa conexão entre equipe, comissão técnica e público é um dos pilares para o sucesso da equipe.
Raphael Sibilla, correspondente da Globo na Argentina, explica que a reestruturação financeira do Racing, iniciada há uma década, foi crucial para sua ascensão. A contratação de Gustavo Costas, um torcedor e ex-capitão com forte identificação com o clube, reforçou essa conexão, criando uma sinergia entre jogadores, técnico e torcida.
“Ele é um cara que vive o clube. Com isso, houve uma sinergia entre jogadores, Técnico e torcida que fez com que o Racing fosse muito copeiro e muito difícil de ser batido”, comentou Sibilla.
A gestão de Gustavo Costas, que assumiu no início de 2024, manteve o ímpeto copeiro. A conquista da Copa Sul-Americana em 2024 e da Recopa Sul-Americana em 2025 contra o Botafogo reforçam a credibilidade da equipe. A eleição de Diego Milito, ídolo do clube, para a presidência, sinaliza a intenção de manter essa era vitoriosa.
Boca e River perderam espaço?
O protagonismo do Racing na Argentina contrasta com o momento atual de Boca Juniors e River Plate. Enquanto o Racing celebra títulos, os gigantes de Buenos Aires enfrentam diferentes tipos de crises.
O Boca Juniors atravessa uma crise interna e resultados decepcionantes, com a gestão de Juan Román Riquelme sendo criticada pela falta de profissionalismo e gestão pouco eficiente, segundo Raphael Sibilla.
“O Boca é uma bagunça. Era uma bagunça antes do Riquelme chegar e piorou com o Riquelme”, afirmou Sibilla, destacando a queda financeira e a falta de protagonismo.
Já o River Plate, apesar de uma estrutura mais sólida, não consegue replicar o sucesso de outras épocas sob o comando de Marcelo Gallardo. A eliminação para o Palmeiras nas quartas de final da Libertadores de 2025 evidencia as dificuldades do time em reencontrar o caminho das vitórias.
“A falta do protagonismo do River em relação ao Racing não é uma questão de trabalho em si ou de desorganização. É uma questão de que não está funcionando. Algo ali não está funcionando entre Gallardo, jogadores, e muito na culpa do Gallardo”, analisa Sibilla.
A competição de protagonismo também envolve figuras centrais em cada clube: Diego Milito no Racing, Juan Román Riquelme no Boca e Marcelo Gallardo no River Plate. Essas personalidades moldam a dinâmica e os resultados de suas equipes.
O Racing, campeão da Libertadores em 1967, busca seu segundo título em 2025. O clube enfrentará o Flamengo no jogo de ida da semifinal no Maracanã, às 21h30 desta quarta-feira, com a volta marcada para Avellaneda em 29 de outubro.
Fonte: Globo Esporte