O técnico Hélio dos Anjos, com mais de 40 anos de carreira e passagens por diversas divisões do futebol brasileiro e internacional, expressou preocupação com a perda da identidade do futebol nacional. Aos 67 anos, o treinador, que recentemente comandou o Náutico, criticou a presença excessiva de técnicos estrangeiros e a falta de oportunidades para profissionais experientes no Brasil.

Desempenho no Náutico e reflexões sobre idolatria
Em 2025, Hélio dos Anjos liderou o Náutico em 25 partidas, obtendo 11 vitórias, oito empates e seis derrotas. Sua gestão resultou em 31 gols marcados e 17 sofridos, demonstrando um equilíbrio tático durante a temporada. No geral, em 112 jogos pelo clube, o Técnico registrou 49 vitórias, 34 empates e 29 derrotas, com um aproveitamento de 54%.
Apesar do Retrospecto positivo, Hélio dos Anjos rechaça a ideia de ser um ídolo para o clube. Ele cita nomes como Duque e Muricy como verdadeiros ídolos, mas reconhece sua contribuição significativa para a história do Náutico, especialmente após o acesso e o título estadual conquistado contra o rival Sport.

Críticas à presença de técnicos estrangeiros e valorização da experiência
O treinador avalia que o período de “modismo” com técnicos estrangeiros no Brasil, impulsionado pelo sucesso de Jorge Jesus e outros, já passou. Para Hélio, a tendência é que apenas profissionais competentes, independentemente da nacionalidade, permaneçam no mercado. Ele aponta que, inicialmente, alguns estrangeiros com pouca experiência se destacaram mais pela moda do que pela qualidade.
Hélio dos Anjos também criticou a grande quantidade de jogadores estrangeiros nos elencos brasileiros, que segundo ele, prejudica o mercado de trabalho para os atletas nacionais e afeta a identidade do futebol do país. “Ter nove ou dez estrangeiros em cada time é muito preocupante”, declarou.
Ele defende a valorização de técnicos experientes, como Vanderlei Luxemburgo e Oswaldo de Oliveira, argumentando que a idade não deve ser um impeditivo para oportunidades no futebol brasileiro. Para Hélio, esses profissionais trazem clareza no comando e segurança nas decisões, qualidades essenciais que nem sempre são encontradas em técnicos mais jovens.

Neymar e o futuro na Seleção Brasileira
Guilherme dos Anjos, filho e auxiliar de Hélio, comentou sobre a situação de Neymar na Seleção Brasileira. Ele ressaltou que o jogador é indiscutível quando está em boas condições físicas e que o retorno de lesões graves exige cuidado extremo e trabalho de alto rendimento.
“Para ser imprescindível, Neymar precisa estar em altíssimo nível, muito superior ao que apresenta hoje”, disse Hélio dos Anjos, avaliando que o atacante, no momento, não atua no nível necessário para ser o ponto de desequilíbrio da equipe, especialmente com foco na Copa do Mundo. Ele mencionou que as contusões, como a do LCA, complicaram seu retorno e afetam seu desempenho físico.

Apesar das críticas sobre o momento atual, ambos esperam que Neymar se recupere plenamente e possa contribuir para os objetivos da Seleção Brasileira, destacando sua experiência como fundamental para grandes conquistas.
Hélio dos Anjos demonstrou preocupação com a perda da identidade do futebol brasileiro, citando o excesso de estrangeiros como um fator. Ele também mencionou o impacto no mercado de trabalho para jogadores brasileiros, que enfrentam desemprego. Para o treinador, a adaptação dos clubes, a busca por recursos e o desenvolvimento de estruturas são cruciais para o futuro do esporte no país.

Fonte: LANCE!